segunda-feira, fevereiro 3, 2025
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Ação militar em região palestina pode causar instabilidade

O porta-voz do escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas, Thameen Al-Kheetan, declarou nesta sexta-feira, 24, que a operação militar israelense na Cisjordânia, que resultou na morte de pelo menos 12 pessoas desde terça-feira, pode colocar em risco o cessar-fogo entre Israel e o Hamas, estabelecido no último domingo.

A operação militar, denominada “Muralha de Ferro”, está centrada na cidade de Jenin, a terceira maior da Cisjordânia, e já obrigou centenas de habitantes a abandonarem suas residências, algumas das quais foram demolidas por forças israelenses.

Segundo as autoridades israelenses, a ação em Jenin tem como objetivo grupos militantes que, segundo elas, são apoiados pelo Irã, localizados no campo de refugiados próximo à cidade. No entanto, a ONU expressou preocupação com o número de mortes, alegando que a maioria das vítimas era composta por pessoas desarmadas e solicitou um término imediato da violência, bem como a suspensão da expansão dos assentamentos israelenses em território palestino, o que é considerado crime sob a legislação internacional. “Nosso escritório confirmou que pelo menos 12 palestinos foram mortos e 40 feridos pelas forças de segurança israelenses desde terça-feira, a maioria deles possivelmente desarmados”, afirmou Al-Kheetan.

A operação na Cisjordânia começou poucos dias após um cessar-fogo em Gaza, que permitiu a interrupção das hostilidades com o Hamas no último domingo, pela primeira vez em quinze meses. Dois dias depois do início da trégua, as forças israelenses anunciaram o início de uma nova ação militar. Após o cessar-fogo, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, declarou que os recentes ataques em outro território palestino representavam “uma mudança na estratégia de segurança”. Na quarta-feira, o exército israelense cercou um hospital governamental palestino e um campo de refugiados no centro de Jenin.

Um comitê da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que acompanha as atividades israelenses nos territórios, informou que as Forças de Defesa de Israel (IDF) ampliaram o número de postos de controle e portões de ferro, contabilizando quase 900. Especialistas afirmam que a operação de Israel tem como objetivo enfraquecer a Autoridade Palestina e seu potencial retorno a Gaza, onde poderia formar um novo governo para substituir o Hamas, além de dar continuidade a anexações de território palestino, consideradas ilegais pela legislação internacional. A intensificação dos ataques na Cisjordânia também pode ter servido como uma estratégia para satisfazer os membros mais radicais da coalizão que apoia Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, que eram contrários ao acordo de cessar-fogo para finalizar a guerra em Gaza.

Além disso, a ação do Exército israelense em Jenin coincide com um aumento da violência perpetrada por colonos judeus na Cisjordânia, com indícios de que líderes de assentamentos civis no território estão focando em aldeias onde prisioneiros palestinos foram libertados como parte do acordo de cessar-fogo em Gaza.

Colonos israelenses incendiário veículos e propriedades em vilarejos ao redor de Qalqilya, no norte da Cisjordânia, assim como em Turmus Aya, próximo a Ramallah. Mais de 21 palestinos na Cisjordânia ocupada ficaram feridos devido aos ataques dos colonos, entre eles três crianças.

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