Israel solicitou ao governo dos Estados Unidos, na administração de Donald Trump, nesta quinta-feira, 23, uma prorrogação de 30 dias para a retirada de suas tropas do sul do Líbano, próximo do término do prazo estabelecido por um acordo de cessar-fogo que determinou a saída dos militares israelenses do território.
Conforme o acordo assinado em 27 de novembro, que encerrou o conflito entre o Hezbollah e Israel, as forças israelenses deveriam finalizar sua retirada até 26 de janeiro. Entretanto, Tel Aviv apontou que o exército libanês está levando mais tempo do que o esperado para se posicionar na região e retirar os militantes do Hezbollah.
“O entendimento previa um prazo de 60 dias para a completa retirada das Forças de Defesa de Israel do sul do Líbano, sendo que o exército libanês deveria ocupar seu lugar, mas isso não é uma imposição rígida e foi pensado com um certo grau de flexibilidade”, declarou o embaixador de Israel em Washington, Michael Herzog. Ele acrescentou que as discussões entre o governo israelense e a administração Trump estão em desenvolvimento.
Segundo informações do jornal Haaretz, os Estados Unidos e a França, que atuaram como mediadores no acordo de cessar-fogo, estão analisando a possibilidade de estender o prazo para a retirada das forças israelenses do Líbano. Embora o governo francês pareça receptivo à mudança, Trump estaria hesitante, conforme noticiado pela Rádio do Exército israelense.
Tel Aviv demonstrou que a transição está ocorrendo de maneira positiva, com o exército libanês e a Unifil, a missão de paz da ONU no Líbano, ocupando áreas anteriormente dominadas pelo Hezbollah. Contudo, Israel alegou que o avançar do processo está sendo mais lento do que se esperava.
Por outro lado, a extensão do prazo pode encontrar resistência por parte dos membros do Hezbollah. Ali Fayyad, um parlamentar ligado à milícia libanesa, advertiu nesta semana que o não cumprimento do prazo estabelecido resultaria no colapso do cessar-fogo. “Nós, do Hezbollah, estamos esperando o dia 26 de janeiro, a data em que o acordo exige a retirada total de Israel do território libanês”, afirmou Ali Fayyad. “Se o inimigo israelense não cumprir isso, será um sinal de que a trégua não se sustentará.”
O pedido de Israel ocorreu após o Hezbollah acusar o país de violar o acordo de cessar-fogo em inúmeras ocasiões.
