Neste sábado, 25, o Papa Francisco declarou que o uso excessivo de redes sociais prejudica a saúde mental das pessoas, fazendo uma analogia aos efeitos nocivos como uma “podridão cerebral”. Essa afirmação foi feita durante o Jubileu do Mundo das Comunicações em Roma, um evento promovido pelo Vaticano que reúne especialistas de mídia e do setor editorial. Em diálogo com jornalistas, o pontífice expressou suas preocupações sobre o vício em internet e o uso excessivo da “rolagem de tela”, um termo em inglês que ele utilizou, especialmente entre os jovens. O Papa ressaltou a importância de ensinar à juventude a necessidade de ter “consciência” ao interagir com as informações disponíveis nas plataformas digitais.
A expressão “podridão cerebral” (brain rot, em inglês) ganhou destaque entre usuários de redes sociais nos últimos anos e é utilizada para descrever a deterioração das capacidades mentais resultante da intensa exposição a conteúdos na internet. Em 2024, o dicionário Oxford escolheu essa palavra como a palavra do ano, definindo-a como uma “deterioração presumida do estado mental ou intelectual de um indivíduo, especialmente atribuída ao consumo excessivo de material considerado trivial ou de baixo desafio, particularmente no ambiente online”. Não é a primeira vez que o Papa expressa sua preocupação com a sobrecarga de informações nas redes sociais, mencionando os impactos negativos, inclusive entre membros da Igreja Católica. Em 2024, em uma carta destinada ao clero, Francisco alertou sobre uma “obsessão por telas e fake news tóxicas, superficiais e violentas”, sugerindo que a dedicação maior à literatura poderia ser uma resposta ao consumo excessivo da internet.
Durante o evento desse sábado, o Papa também pediu que profissionais da mídia e da comunicação se empenhem em compartilhar “histórias que inspirem esperança” nas pessoas, enfatizando o papel da imprensa como “defensora da democracia” em uma época caracterizada pela desinformação, divisão e conflitos.