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Avião da FAB leva brasileiros de volta ao Brasil após deportação dos EUA

A Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou que o avião responsável pelo transporte de brasileiros deportados dos Estados Unidos pousou no Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte, às 21h10 deste sábado, 25. Os 88 passageiros representam o primeiro grupo de brasileiros que precisou retornar ao Brasil em virtude das medidas restritivas implementadas pelo presidente americano Donald Trump, que, desde o início de seu segundo mandato, anunciou um endurecimento das políticas de imigração.

Em nota, a FAB esclareceu: “Uma aeronave KC-30, do Segundo Esquadrão do Segundo Grupo de Transporte (2º/2º GT – Esquadrão Corsário), pousou no Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte (MG), às 21h10 (horário local) deste sábado (25/01), transportando deportados dos Estados Unidos.”

Chegada dos brasileiros sob algemas
O Ministério da Justiça, junto com a Polícia Federal, informou neste sábado, 25, que houve a intenção por parte das autoridades americanas de manter os 88 brasileiros deportados algemados durante o voo. O avião, que levava no total 158 pessoas, deveria ter aterrissado em Belo Horizonte um dia antes, mas fez uma parada em Manaus devido a um problema técnico. Ao chegar ao Brasil, os policiais federais removeram as algemas e impediram que fossem colocadas novamente, garantindo a “soberania brasileira em território nacional e seguindo os protocolos de segurança do Brasil”.

A informação sobre a intenção de viajar algemados foi transmitida ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues. Após essa comunicação, o ministro conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que decidiu que os deportados seriam transportados para Belo Horizonte em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB).

Novas diretrizes de imigração
O grupo retornou ao Brasil em um contexto de anúncio de extensas políticas migratórias estabelecidas pelo novo presidente dos Estados Unidos. Na noite da última quinta-feira, 23, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, comunicou pelo X, anteriormente conhecido como Twitter, que 538 imigrantes ilegais, de várias nacionalidades, já havia sido capturados desde a posse de Trump — incluindo um possível terrorista e quatro membros da gangue venezuelana Tren de Aragua, além de indivíduos condenados por crimes sexuais contra menores.

Leavitt destacou que “centenas” de imigrantes ilegais também já tinham sido deportados em aeronaves militares, o que ela descreveu como o início da “maior operação de deportação em massa da história”, uma promessa de campanha da administração Trump. Além disso, o governo Trump concedeu aos funcionários da ICE, a agência de imigração, a autoridade para deportar estrangeiros que tinham recebido autorização para entrar nos Estados Unidos temporariamente durante a gestão do anterior presidente, Joe Biden, conforme um memorando interno da Casa Branca que foi obtido por um veículo de imprensa.

Essas novas diretrizes impactam dois programas estabelecidos pela administração anterior. O primeiro é um aplicativo chamado CBP One, que os imigrantes utilizavam para agendar audiências com as autoridades de fronteira e alfândega, a fim de conseguir uma entrada legal no país. O segundo refere-se a uma iniciativa que permitia a entrada de pessoas que estavam fugindo de perseguições políticas em países como Cuba, Nicarágua, Venezuela e Haiti. Juntos, esses programas possibilitaram a entrada de aproximadamente 1,4 milhão de imigrantes nos Estados Unidos desde o começo de 2023.

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