As forças israelenses mataram uma pessoa e deixaram pelo menos 17 feridas no sul do Líbano neste domingo (26), conforme relatou o Ministério da Saúde libanês. Os tiros ocorreram enquanto os residentes tentavam retornar a suas casas na região de fronteira, onde as tropas israelenses continuaram após o prazo para sua retirada. Na sexta-feira (24), Israel havia anunciado que pretendia manter suas forças na área além do limite estabelecido para domingo, de acordo com o cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, grupo apoiado pelo Irã.
Israel está buscando organizar uma reunião com o ex-presidente dos EUA, enquanto impede o retorno de palestinos ao norte de Gaza após a libertação de reféns. O governo anterior dos EUA havia autorizado o envio de bombas pesadas a Israel. O acordo de cessar-fogo, mediado pelos EUA, interrompeu o conflito entre as partes no ano passado, mas não ficou claro por quanto tempo as forças israelenses planejam permanecer na região. O acordo determinava que as tropas israelenses se retirassem do sul do Líbano enquanto as armas e combatentes do Hezbollah fossem retirados e o exército libanês fosse mobilizado, em um prazo de 60 dias, que se encerrou na manhã deste domingo (horário local). Israel afirmou que os termos do acordo não foram adequadamente implementados pelo governo libanês, enquanto as forças armadas libanesas alegaram que Israel estava adiando sua retirada.
A Agência Nacional de Notícias do Líbano reportou que as forças israelenses dispararam contra os moradores da vila de Kfar Kila após eles cruzarem uma barreira, resultando em cinco feridos. O exército israelense declarou que está analisando a situação. O ministério libanês indicou que nove pessoas ficaram feridas em Houla, e oito em Kfar Kila, uma das muitas vilas de fronteira que o exército israelense anunciou que os moradores estão proibidos de retornar até novo aviso.
Israel lançou uma grande ofensiva aérea e terrestre contra o Hezbollah no Líbano no final de setembro. Assim como o Hamas, o Hezbollah e a Jihad Islâmica são considerados grupos radicais financiados pelo Irã e, portanto, rivais de Israel. Os bombardeios no Líbano se intensificaram nos últimos meses, causando destruição e forçando mais de um milhão de pessoas a deixarem suas casas em busca de segurança. O conflito entre Israel e Hezbollah resultou em várias baixas no território libanês.
Ao mesmo tempo, o combate na Faixa de Gaza persiste, onde as forças israelenses enfrentam o Hamas enquanto buscam reféns sequestrados durante um ataque do grupo radical em território israelense em 7 de outubro de 2023. Esse ataque causou a morte de mais de 1.200 pessoas e sequestrou 250. Desde então, mais de 43 mil palestinos perderam a vida em Gaza devido à ofensiva israelense, que destruiu praticamente todos os edifícios na região. Uma terceira linha de conflito entre Israel e Irã também se intensificou com trocas de ataques, aumentando a tensão, mas sem que isso escalasse para uma guerra em larga escala. Além disso, o Exército de Israel tem realizado bombardeios em alvos de milícias aliadas ao Irã na Síria, Iémen e Iraque.