Durante a Convenção Nacional do PSB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou forte condenação às operações militares de Israel na Faixa de Gaza e a recente autorização para a construção de novos assentamentos na Cisjordânia. Em seu discurso em Brasília, Lula caracterizou a situação como um “genocídio” e acusou o governo de Tel Aviv de infringir resoluções internacionais.
Lula afirmou que a atual guerra não envolve dois exércitos em combate, mas sim um exército profissional atacando mulheres e crianças indefesas. Durante sua fala, ele leu uma declaração do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, que condena as ações israelenses como “flagrante ilegalidade” à luz do direito internacional. O documento também reafirma o apoio do Brasil à solução de dois Estados, com as fronteiras anteriores a 1967 e Jerusalém Oriental como a capital palestina.
O público presente, incluindo a primeira-dama Janja da Silva, reagiu com gritos de “Palestina livre”. O presidente ressaltou o agravamento da crise humanitária em Gaza, referindo-se ao bombardeio que resultou na morte de nove filhos da médica palestina Alaa Al-Najjar, classificando-o como “vergonhoso e covarde”.
Além disso, Lula observou que “nem o povo judeu deseja essa guerra” e acusou o governo israelense de agir movido por vingança contra a implementação de um Estado palestino. A declaração gerou críticas da Confederação Israelita do Brasil (Conib), que considerou as palavras do presidente como “irresponsáveis” e distorcidas, enfatizando que Israel age em legítima defesa contra o Hamas.
O presidente também abordou a guerra na Ucrânia, mencionando uma ligação para o presidente russo Vladimir Putin, na qual sugeriu a participação da Rússia em negociações de paz na Turquia. Lula enfatizou a necessidade global de paz e harmonia.
As declarações de Lula sobre Israel têm gerado tensões diplomáticas desde fevereiro de 2024, quando o presidente comparou os ataques em Gaza à perseguição de judeus durante o regime nazista. Desde então, as relações entre Brasil e Israel se deterioraram, com a ausência de embaixadores nomeados.
