O aumento das tarifas sobre as importações de aço e alumínio para 50% nos Estados Unidos foi anunciado pelo presidente Donald Trump, enquanto busca intensificar o suporte às indústrias internas. Este ajuste tarifário, que já havia sido elevado anteriormente para 25%, surge em um contexto de crescente tensão nas relações comerciais, desde o reinício da presidência em janeiro.
As tarifas, inicialmente implementadas em março, visam estimular investimentos locais nas indústrias de aço e alumínio, além de se extenderem a setores como o automotivo e, em breve, aos produtos farmacêuticos e semicondutores. Até o presente momento, apenas estas tarifas não foram afetadas por uma recente decisão judicial que suspendeu muitas outras taxas.
No decreto acionado para justificar o aumento, o presidente menciona que as tarifas anteriores não foram suficientes para garantir uma utilização adequada da capacidade de produção dessas indústrias, colocando em risco sua sustentabilidade a longo prazo. Além disso, acrescenta que essa medida ajudará a minimizar a ameaça à segurança nacional associada às importações desses produtos. Em 2024, as importações representaram cerca de 50% do aço e alumínio utilizados nos Estados Unidos.
O Canadá é identificado como o principal fornecedor de aço para os Estados Unidos, seguido por Brasil e México, com a Argentina figurando como um dos fornecedores de alumínio. O governo mexicano já anunciou sua intenção de solicitar a exclusão das tarifas, considerando-as injustas. Enquanto isso, o Reino Unido permanece isento das novas taxas, mantendo a taxa de 25% até que um acordo comercial com os Estados Unidos seja finalizado.
A implementação das novas tarifas coincide com uma reunião em Paris entre representantes comerciais dos Estados Unidos e da União Europeia, promovida pela OCDE. A relação entre os EUA e a UE se deteriorou, com Trump alegando que as negociações não estão sendo feitas de forma justa. Uma série de tarifas de 10% e 50% foram impostas recentemente em um esforço para corrigir o que Washington define como práticas comerciais desleais.
Com a moratória nas taxas mais elevadas prevista até 9 de julho, a UE já sinalizou a intenção de retaliar caso as tarifas sejam ampliadas. Na mesma data, haverá uma reunião do G7, que inclui países como Canadá, França, Alemanha, e Japão, também pautada por discussões sobre comércio. A OCDE, em meio a isso, reavaliou a previsão de crescimento mundial, ajustando-a de 3,1% para 2,9%, em parte devido às incertezas criadas pelas tarifas. Recentemente, Trump acusou a China de não cumprir acordos estabelecidos, sugerindo uma potencial escalada nas tensões comerciais.