O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou a abertura de um novo inquérito para investigar a deputada Carla Zambelli, que deixou o país após ser condenada a dez anos de prisão por sua participação na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A nova investigação focará em possíveis crimes, como coação no curso do processo e obstrução de investigações relativas a organizações criminosas.
No despacho, Moraes destaca que as entrevistas realizadas por Zambelli em 3 de junho de 2025 indicam que sua fuga visa não apenas evitar a aplicação da lei, mas também reiterar condutas que atentam contra as instituições democráticas. O ministro enfatiza que a deputada teria promovido desinformação para desestabilizar a credibilidade das instituições brasileiras e interferir em processos judiciais em andamento.
Foi determinado que a Polícia Federal monitore e preserve os conteúdos publicados por Carla Zambelli nas redes sociais, medida que também se aplica a outras pessoas que mantêm vínculos com a parlamentar. Além disso, foi estipulado um prazo de dez dias para que Zambelli possa prestar depoimento relativo a esta nova investigação.
Ainda conforme a decisão, o Banco Central foi orientado a fornecer informações detalhadas sobre valores e remetentes de transferências realizadas via Pix em nome da deputada foragida. Considerando a sua ausência do território brasileiro, Moraes autorizou que Zambelli envie suas declarações por escrito e estabeleceu que ela seja notificada por meio de seus endereços eletrônicos.