sábado, fevereiro 1, 2025
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Ministra classifica denúncias de deportados como “muito graves”

A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, considerou extremamente preocupantes os relatos de brasileiros que foram deportados pelos Estados Unidos e chegaram neste sábado (25) ao Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte. “Tivemos famílias a bordo, incluindo crianças com autismo e outras deficiências, que vivenciaram situações muito graves”, disse Macaé. Ela encontrou, em Confins, um grupo de 84 brasileiros deportados pelo governo americano, totalizando 88 pessoas após a chegada de quatro outros que desembarcaram em Manaus.

Os depoimentos dos deportados incluem relatos de agressões e maus-tratos durante o voo proveniente dos Estados Unidos. O Itamaraty descreveu o tratamento dispensado aos deportados como “degradante” e expressou a intenção de questionar as autoridades americanas sobre a situação. O avião, que transportava os brasileiros deportados, fez uma parada em Manaus antes de seguir para Confins.

Na noite de sexta-feira (24), o voo, que levava 88 deportados, aterrissou no Aeroporto Internacional de Manaus. Inicialmente, a previsão era de desembarque em Confins, mas a aeronave precisou pousar em Manaus para reabastecimento. Durante essa parada, surgiram problemas técnicos com o ar-condicionado, gerando confusão entre os passageiros e resultando no cancelamento da continuidade da viagem para Minas. O grupo só conseguiu chegar a Confins na noite deste sábado, após o governo brasileiro disponibilizar um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).

Os brasileiros foram levados algemados durante o voo nos Estados Unidos. Já em território brasileiro, o Ministério da Justiça ordenou a retirada das algemas, considerando essa prática um “claro desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros”. Depois de desembarcarem em Confins, muitos relatam ter enfrentado problemas relacionados à alimentação, além de experiências de maus-tratos e agressões no voo.

“Os relatos que recebemos são muito preocupantes”, reforçou Macaé. “Em Manaus, eles mencionaram que passaram mais de 4 horas dentro da aeronave fechada. O calor era insuportável”, acrescentou. Com todos os deportados já em solo brasileiro, a ministra afirmou que agora o foco da pasta será nas ações de acolhimento. O governo federal já estabeleceu contato com todos os 88 deportados e orientou que eventuais denúncias sejam encaminhadas ao Ministério dos Direitos Humanos, por meio do Disque 100.

Em relação à possibilidade de novos voos com deportados, a ministra afirmou que estão sendo elaboradas estratégias para lidar com essa situação. “Se houver um aumento desses voos em Confins, vamos nos preparar para criar um posto de atendimento humanitário para esses brasileiros”, declarou.

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