O humorista Léo Lins recebeu uma condenação de oito anos e três meses de prisão devido a declarações consideradas criminosas em seu espetáculo de stand-up, “Perturbador”, que foi disponibilizado no YouTube em 2022. A decisão judicial enfatiza que tais discursos “estimulam a propagação de violência verbal na sociedade e fomentam a intolerância”. O conteúdo do vídeo contém uma série de comentários depreciativos direcionados a diversos grupos, incluindo negros, idosos, obesos, pessoas soropositivas, indígenas, nordestinos, judeus, evangélicos, pessoas com deficiência e indivíduos LGBTQIA+.
Entre as falas que resultaram na condenação, estão declarações de cunho xenofóbico, onde foram feitas comparações negativas a nordestinos. Também foram citados trechos de gordofobia que fazem referência negativa ao corpo de pessoas gordas, além de comentários homofóbicos que insinuam comportamentos irresponsáveis em relação à sexualidade.
Ainda na variedade de discursos ofensivos, Léo Lins fez menções a casos de zoofilia e pedofilia, usando linguagem de desrespeito e ironia, que geraram forte polêmica e repúdio. A condenação também abrangeu comentários racistas, que reforçam estereótipos negativos e desumanizadores de pessoas de diferentes origens étnicas.
Essas declarações têm repercutido intensamente, levantando questões acerca da liberdade de expressão e suas limitações, especialmente quando envolvem discursos que atentam contra a dignidade de grupos marginalizados e vulneráveis na sociedade.