Se a Câmara dos Deputados não conceder autorização a Eduardo Bolsonaro para o exercício remoto de seu mandato, conforme pedido pelo deputado Evair de Melo (PP-ES), é possível que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro opte por uma estratégia já conhecida na direita: a autoproclamação como deputado federal brasileiro enquanto estiver nos Estados Unidos.
O caso do venezuelano Juan Guaidó ilustra essa possibilidade. Ele ganhou notoriedade internacional em 2019 ao se declarar presidente da República, na presidência da Assembleia Nacional da Venezuela, recebendo apoio e reconhecimento de diversos governos, incluindo o do Brasil na época, quando Jair Bolsonaro estava no Palácio da Alvorada. Contudo, com o “governo interino” desmoronando, Guaidó acabou se retirando para Miami e atualmente não possui relevância política, tanto em âmbito internacional quanto em sua própria nação.
Eduardo Bolsonaro enfrenta investigações no Brasil por diversos crimes, incluindo coação e obstrução de investigação, bem como por atividades nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras. Caso seus esforços para sanções não produzam resultados — como recentemente ameaçou o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio —, seu exílio autoimposto poderá ser considerado infrutífero.
Independente do desfecho, se essa situação se concretizar, o exemplo de Guaidó pode servir de modelo, uma vez que ele se adaptou à vida nos Estados Unidos e atualmente se dedica ao ensino universitário. Eduardo Bolsonaro, mesmo que afastado da política e impedido de exercer seu mandato, pode buscar novas oportunidades, já que tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, o cenário político continua em constante evolução.
