Nos primeiros sete dias de abril, o evento Watches and Wonders ocorreu em Genebra, Suíça, reunindo jornalistas, vendedores e colecionadores. Este salão é considerado o maior do setor relojoeiro, com marcas renomadas no segmento de luxo e inovação tecnológica apresentando seus lançamentos e as tendências esperadas para 2025.
Entre as principais tendências, destaca-se a ênfase em modelos únicos e raros, especialmente em um momento de instabilidade no mercado de luxo e com o aumento no uso de smartwatches. Peças extravagantes, muitas vezes adornadas com pedras preciosas, como um relógio de mesa da Chanel que conta com uma escultura de leão feita com 5 mil diamantes, foram apresentadas. Também houve espaço para modelos que combinam alta engenharia com estética refinada.
Um dos lançamentos notáveis foi o Cadenas da Van Cleef & Arpels. Criado há 90 anos para a Duquesa de Windsor, o modelo atual combina ouro amarelo e uma caixa adornada com diamantes, enquanto o mostrador inusitadamente angulado oferece uma experiência de uso que se assemelha a uma joia.
Da mesma forma, o Panthère de Cartier foi repensado como um bracelete robusto, apresentando uma pantera “saltando” sobre o pulso, com o ponteiro sutilmente colocado na direção do olhar da criatura. A versão em ouro amarelo e laca negra conta com 23 diamantes e duas tsavoritas nos olhos, enquanto a variante em ouro branco ostenta 1103 diamantes e olhos de esmeraldas.
A marca Chanel trouxe à tona uma coleção de relógios escondidos que se transformam em colares, parte da linha Mademoiselle Privé. Esses relógios estão embutidos em elementos que representam as paixões de Gabrielle Chanel, como leões e pérolas. A Bvlgari também contribuiu com a linha Serpenti Aeterna, que apresenta um design moderno com formas geométricas e um toque futurista.
Entre as novidades, o destaque da Bvlgari é o Octo Finissimo Ultra Tourbillon, registrado como o relógio mais fino do mundo, com apenas 1,85 mm de espessura. Limitado a 20 unidades, este modelo representa o compromisso da marca com a técnica e a arte relojoeira.
A Montblanc lançou o Iced Sea 0 Oxygen, um modelo que combina mecânicas de resistência à água com tecnologias para prevenção de embaçamento em altitudes. Com um diâmetro de 38 mm e corpo em aço, o design é inspirado no Mer de Glace, o maior glaciar dos Alpes.
Além de modelos para mergulhadores, a IWC Schaffhausen introduziu o Ingenieur, inspirado no filme “Fórmula 1” (2025), que conta com um mostrador verde. A Tag Heuer celebrou o retorno do Carrera Day-Date, um modelo que, por sua vez, é movido a energia solar.
A Cartier reintroduziu o Tank à Guichets, que em 1928 foi projetado para facilitar a leitura do tempo, agora revitalizado sem ponteiros visíveis e com números expostos em sua caixa metálica. Duas variantes foram apresentadas, uma mantendo o design original e a outra em uma edição especial em platina.
A Rolex surpreendeu os visitantes com novas versões em tonalidades vintage do Oyster Perpetual, além do lançamento do Land-Dweller, equipado com mostrador em padrão de favo de mel.
O azul intenso emergiu como a cor predominante na feira deste ano, com a Chanel celebrando o 25º aniversário do J12 com a edição J12 Bleu. Outros modelos de relógios, como o Luminor Calendário Perpétuo da Panerai, mantiveram a tradição de luminosidade desenvolvida pela marca para a marinha.
Adicionalmente, a Tudor apresentou um mostrador bordô no Black Bay 58, celebrando as suas raízes históricas. A Hublot também aproveitou a ocasião para comemorar os 20 anos da linha Big Bang com edições especiais.
Por fim, algumas marcas buscaram uma abordagem mais lúdica. A Van Cleef & Arpels continuou sua tradição de contar histórias de amor com a série Poetic Complications, enquanto a Hermès apresentou a linha Le temps suspendu, que faz uma alusão poética à suspensão do tempo.
Este evento continua a destacar a rica interseção entre arte e inovação no mundo da relojoaria, com uma variedade de peças que refletem tanto a tradição quanto a modernidade.