Estabelecido há uma semana, o cessar-fogo entre Israel e Hamas já demonstra sinais evidentes de vulnerabilidade. Neste domingo, 26, palestinos alegam que as forças israelenses estão dificultando seu retorno às residências no Norte da Faixa de Gaza, enquanto Israel denuncia o Hamas por supostas violações dos termos acordados recentemente. As divergências também envolvem a liberação de reféns: as autoridades israelenses afirmam que o grupo armado deveria ter libertado uma civil, Arbel Yehud, que continua sob sua custódia.
O retorno de milhares de pessoas deslocadas de Gaza às suas casas era um dos pontos discutidos na fase inicial do acordo de cessar-fogo, condicionado a trocas de reféns e prisioneiros, que ocorreram no último sábado, 25. No entanto, a postura mais rígida de Israel em relação à retirada de algumas de suas tropas trouxe novos desdobramentos para a situação.
Israel acusa o Hamas de não ter respeitado o acordo, pois, na libertação dos reféns, o grupo não incluiu uma das civis inicialmente sequestradas, a israelense Arbel Yehud, que está detida em Gaza. Capturada em outubro de 2023, o Hamas assegura que ela está viva e será solta, mas essa posição gera incertezas e resistência por parte do governo israelense.
Conforme o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, a movimentação dos habitantes de Gaza em direção ao Norte será autorizada apenas após a liberação de Yehud, através do “Corredor de Netzarim” — que separa as áreas — para que possam voltar para suas casas, junto com a remoção das tropas. Até agora, os reféns libertados pelo Hamas foram soldados que estavam em uma base na fronteira, sequestrados ainda em 2023.
Em entrevista à agência de notícias AFP, dois líderes do Hamas disseram neste sábado que Yehud está “em boa saúde” e deverá ser liberada na próxima troca com Israel, programada para o primeiro dia de fevereiro.