8 junho 2025
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Enfrentando a Crise: Frases Impactantes em Defesa do Ajuste Fiscal

GUARUJÁ – A avaliação geral sobre o Fórum Esfera, realizado pelo grupo Esfera Brasil, que ocorreu no Guarujá, indica que a proposta inicial de pacote fiscal apresentada pelo governo, que sugeria um aumento na alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sem a proposta de cortes nos gastos, gerou descontentamento em diversos setores da economia, promovendo uma união de vozes no ambiente financeiro e empresarial brasileiro.

Conforme o consenso entre os participantes, a falta de um ajuste nas contas públicas impede a redução da taxa de juros, atualmente em 14,5%. O impacto dos gastos do governo federal é um fator que influencia a política monetária, tema central do painel que contou com a presença do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, do CEO do Itaú, Milton Maluhy Filho, e do chairman do BTG Pactual, André Esteves.

Galípolo destacou que, diante da incerteza econômica, o Banco Central tem se esforçado para manter a política monetária em um nível de segurança. Ele enfatizou que é inadequado fazer mudanças bruscas nesse cenário, pois a política fiscal tem efeitos diretos na inflação. O presidente do BC reconheceu a intenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em buscar reversões nessa situação e afirmou que é preciso coragem para lidar com as consequências dessas decisões.

Além disso, o presidente do Banco Central mencionou que a recente insatisfação provocada pelo plano fiscal oferece uma oportunidade para abordar e resolver os problemas coletivamente. Maluhy, que se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterou que a dívida pública é preocupante e que é fundamental propor alternativas ao controverso aumento das alíquotas do IOF.

O CEO do Itaú ressaltou que o setor financeiro não busca a manutenção de juros elevados, mesmo que isso resulte em lucros maiores para os bancos. Segundo Maluhy, é imprescindível redistribuir a renda de maneira mais equitativa. Ele argumentou que um cenário de juros mais baixos seria benéfico e que a inflação é a pior penalização para as classes mais vulneráveis.

O aumento do IOF, que está sendo considerado para ser arquivado, recebeu críticas de Maluhy, que argumentou que este imposto não deveria ser utilizado apenas para arrecadação. O chairman do BTG, André Esteves, afirmou que o Banco Central já consolidou sua independência e tem demonstrado clareza em seu papel, mas destacou a necessidade de um gesto mais claro da administração do governo.

Esteves fez menção ao discurso de Hugo Motta, que abordou a urgência de um ajuste fiscal, enfatizando que a sociedade está ciente da falta de espaço para aumento contínuo de gastos públicos e do crescimento elevado do déficit. O banqueiro confrontou a ideia de que aumentar os gastos em políticas públicas sociais é benéfico, afirmando que gastos excessivos devem ser interpretados como um fardo, enquanto investimentos são instrumentos de crescimento.

Ele comparou a atuação do governo federal e do Banco Central a um carro com um pé no acelerador, referente à política fiscal, e outro no freio, representando a política monetária, argumentando que essa situação não é sustentável. O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, também criticou a prática fiscal desequilibrada, apelando por uma política fiscal honesta e que exija coragem do governo.

Wesley Batista, acionista do grupo J&F, concordou na necessidade urgente de equilibrar as contas públicas, observando que o setor privado acredita que não há mais espaço para ajustes baseados em aumento de receitas. Ele também ressaltou a importância de reavaliar o volume de isenções fiscais que gera um grande gasto tributário, indicando que muitas dessas isenções não trouxeram os benefícios esperados.

O empresário, que é responsável pela holding do grupo JBS, destacou a importância de reconhecer os avanços econômicos no Brasil, apesar dos desafios. Contudo, enfatizou que o desequilíbrio nas contas públicas afeta diretamente a capacidade de reduzir custos financeiros, impactando o setor produtivo.

Fred Trajano, CEO do Magazine Luiza, também apontou os altos juros como prejudiciais ao setor, especialmente ao varejo. Em uma entrevista, ele observou que a expansão fiscal é a principal responsável por essa situação, e que uma revisão dos gastos públicos é necessária. Apesar das dificuldades, Trajano afirmou que a empresa tem conseguido recuperar margens de lucro mesmo em um ambiente de juros elevados, antecipando-se à situação econômica com estratégias adequadas.

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