No episódio exibido nesta segunda-feira, 9, da novela Vale Tudo, a personagem Lucimar, interpretada por Ingrid Gaigher, realiza um discurso que aborda as distinções entre homens e mulheres. Em outras partes da trama, o comportamento excessivamente correto da personagem Raquel, vivida por Taís Araújo, tem gerado descontentamento entre os telespectadores. A cozinheira, que demonstra ingenuidade ao ser manipulada pela filha desonesta e ambiciosa, não se destaca por sua inteligência. Ao contrário, recorre a discursos politicamente corretos que soam como se estivesse proferindo palestras.
Esse tipo de abordagem não apenas compromete o ritmo da narrativa, mas também confere um tom excessivamente didático aos diálogos, destoando da realidade contemporânea. A personagem Solange Duprat, interpretada por Alice Wegmann, também utiliza sua oratória de forma a reforçar essa tendência. Ao se apresentar como uma mulher moderna e independente, que não se submete à arrogância dos outros, suas falas, como a afirmação “eu sou resistência”, soam vazias e sobrecarregadas de mensagens que visam agradar nas redes sociais.
Esses elementos evidenciam como Vale Tudo tem seguido uma direção menos favorável. Em vez de enfatizar as características de personalidade dos personagens criados em 1988 e adaptar suas falas ao contexto atual, a autora Manuela Dias optou por alterar a essência de muitos deles, sem considerar a relevância de suas palavras. Isso resulta em cenas que parecem forçadas e desconectadas da realidade do Brasil contemporâneo.
