O júri declarou Harvey Weinstein, ex-produtor de cinema, culpado de agressão sexual contra sua ex-assistente de produção, Miriam Haley, e inocente da acusação feita pela ex-modelo polonesa Kaja Sokola. O caso de Sokola foi um dos elementos do julgamento revisado de Weinstein em Nova York.
Weinstein, que já cumpre uma sentença de 16 anos de prisão na Califórnia por agressões anteriores, compareceu ao tribunal em uma cadeira de rodas. O júri voltará a se reunir para deliberar sobre a acusação de estupro feita pela aspirante a atriz Jessica Mann, que se diz vítima do fundador da Miramax, de 73 anos. O veredicto de culpabilidade em relação a Haley está profundamente ligado ao movimento #MeToo, que trouxe à tona uma série de denúncias de agressões sexuais no ambiente de trabalho.
O caso de Sokola foi parte da nova fase do julgamento após uma anulação anterior que identificou erros processuais em uma decisão de 2020. Durante as semanas de julgamento, Weinstein manteve uma postura impassível e os advogados foram instruídos a não se dirigirem à imprensa. A expectativa em torno do resultado do júri estava alta, especialmente após relatos de divisões internas entre seus membros, o que levantou preocupações sobre a possibilidade de um impasse.
Um pedido de anulação do julgamento foi feito por Weinstein antes do anúncio do veredicto, surpreendendo o público. Ele afirmou estar cansado do processo e solicitou que fosse declarada o término do julgamento. O juiz, por sua vez, ainda deverá determinar a pena a ser imposta a Weinstein.
As novas acusações contra Weinstein referem-se a um suposto estupro de Jessica Mann em 2013 e uma agressão sexual contra Miriam Haley em 2006. Sokola foi uma das mulheres que denunciou o produtor por uma alegada agressão ocorrida em 2006, quando ela tinha apenas 19 anos.
A defesa de Weinstein tem se empenhado em desacreditar as alegações feitas pelas três mulheres, argumentando que elas buscaram compensações financeiras após verem suas carreiras profissionais prejudicadas. Investigações que surgiram em 2017, publicadas pelo New York Times e pelo The New Yorker, expuseram a extensão das práticas abusivas atribuídas ao ex-produtor, levando muitas outras mulheres, incluindo figuras conhecidas como Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow, a falarem sobre suas experiências.
Embora o primeiro julgamento tenha sido marcado por protestos diários contra a violência sexual, este novo processo tem recebido menor atenção, ofuscado por outros casos notáveis que ocorrem simultaneamente em tribunais próximos.