Há pouco mais de dez anos, durante um evento de leitura em uma conhecida livraria de Londres, a autora Bernardine Evaristo observou apenas seis pessoas na audiência, das quais soube mais tarde que eram moradores de rua em busca de abrigo. Desde então, a trajetória da escritora britânica passou por uma transformação significativa. Recentemente, Evaristo conquistou dois dos mais importantes prêmios literários da Europa: o Booker Prize e o Prêmio Feminino do Reino Unido. Este último prêmio resultou em um montante superior a 700 mil reais, que a autora decidiu destinar a um projeto voltado para o apoio a escritores iniciantes. Em suas declarações sobre esse momento de reconhecimento, Evaristo expressou que é possível desfrutar do sucesso sem se apropriar dele.
Sua ascensão no mundo literário foi tão notável que permitiu que Evaristo se tornasse a primeira mulher negra a assumir a presidência da respeitada Royal Society of Literature. Além disso, ela é a segunda mulher a ocupar essa posição em dois séculos de história da instituição. Essa trajetória destaca a importância de sua obra, que frequentemente aborda a vivência de personagens negras e não binárias.
