O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou neste domingo, dia 15, que o Exército israelense destruiu a principal instalação de enriquecimento de urânio do Irã, situada em Natanz. Essa ação foi justificada como uma medida para impedir o avanço do programa nuclear iraniano, o qual é considerado uma ameaça global. Além disso, o ataque teria provocado a morte do chefe da inteligência iraniana, Mohammad Kazemi.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou na última sexta-feira que parte da instalação em Natanz, vista como vital para o programa nuclear do Irã, foi realmente danificada devido aos bombardeios israelenses. Israel também informou que desmantelou uma usina de conversão de urânio em Isfahan.
Uma nova fase no confronto entre Israel e Irã teve início na sexta-feira, dia 13, com uma ofensiva aérea de grande escala por parte de Israel. Este episódio representa o momento mais intenso de confronto direto entre os dois países após décadas de hostilidades indiretas. Desde o início dos ataques, Israel tem visado alvos estratégicos no território iraniano, como instalações militares, depósitos de combustíveis e centros de pesquisa. Em um ataque recente, um avião de reabastecimento iraniano foi destruído no aeroporto de Mashhad, no leste do Irã.
O governo iraniano confirmou, segundo o jornal Etemad, um saldo de pelo menos 128 mortos e cerca de 900 feridos, incluindo mulheres e crianças. Explosões em Teerã atingiram áreas próximas ao Ministério das Comunicações e a um prédio residencial, resultando em cinco mortes, de acordo com a TV estatal. Mesquitas, escolas e estações de metrô foram designadas como abrigos para a população local.
Em resposta, o Irã lançou mísseis direcionados a cidades israelenses, levando ao acionamento de sirenes de alerta em Jerusalém e em outras regiões. Em Bat Yam, ao sul de Tel Aviv, diversos edifícios residenciais foram atingidos, resultando em pelo menos 13 óbitos e mais de 380 feridos desde o início dessa escalada, conforme informações de autoridades locais. Civis descreveram momentos de pânico e destruição, com uma moradora afirmando que “não sobrou nada, não há casa, acabou”.
O Exército israelense declarou que a maioria dos mísseis e drones lançados pelo Irã foi interceptada, com suporte dos Estados Unidos. Apesar disso, Netanyahu reiterou sua intenção de retaliar com rigor, afirmando que “o Irã pagará um preço elevado pelo assassinato premeditado de civis, mulheres e crianças.” Entre os mortos confirmados pelo Irã estão figuras proeminentes, como o comandante da Guarda Revolucionária, Hosein Salami, e outros altos oficiais ligados ao programa nuclear.
O Irã acusou Israel de tentar prejudicar as negociações nucleares indiretas em andamento com os Estados Unidos desde abril. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, alegou ter “provas robustas” de que forças e bases americanas estiveram envolvidas nos ataques. Por sua vez, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que seu país “não está implicado neste momento”, mas deixou em aberto a possibilidade de uma futura participação direta caso a escalada prevaleça.
Informações da imprensa local indicam um forte movimento de saída de moradores de Teerã, com um aumento significativo no tráfego nas principais vias de acesso à cidade. Israel tem alertado os civis a abandonarem áreas próximas a instalações militares no Irã, sinalizando a possibilidade de novas ofensivas nos dias seguintes.