Na recente atualização de “Vale Tudo”, a novela das 9 da Globo, um enredo sobre bebês reborn foi introduzido de maneira abrupta. Esta questão ganhou destaque nas redes sociais após a crescente popularidade dos bonecos realistas que imitam bebês. A trama, que se encerra nesta segunda-feira, 16, ilustra a dificuldade em tratar diversos temas de maneira profunda, resultando em uma abordagem superficial.
A implementação dessa história, em que César se torna um contrabandista de bebês reborn logo após conseguir um emprego, carece de clareza e lógica dentro do contexto narrativo. Além disso, a escolha de Aldeíde como a “mãe” do boneco, que o leva para trabalhar, provoca reações de vergonha alheia em outros personagens, destacando uma falta de coerência nas interações.
A cena destaca uma moralidade didática, quando Aldeíde sugere à amiga que era óbvio que o bebê era um boneco e que ela apenas gostava de brincar. No entanto, a oportunidade de abordar a complexidade emocional associada aos bebês reborn, que inicialmente foram criados para apoiar mães enlutadas ou que não podem ter filhos biológicos, foi desperdiçada. Em “Vale Tudo”, o tema foi tratado de forma superficial, reduzindo-o a um mero entretenimento.
Apesar da falta de profundidade, as cenas envolvendo o bebê reborn conseguiram gerar risadas e se tornaram objeto de piadas nas redes sociais. Esse elemento cômico acabou por cumprir a proposta da novela de entreter, mesmo que de maneira involuntária.