A União Europeia (UE) informou que decidiu suspender certas sanções impostas à Síria, conforme declarou o Ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, nesta segunda-feira (27). Essa iniciativa faz parte de um esforço mais amplo da UE para apoiar a estabilização de Damasco após a destituição de Bashar al-Assad em dezembro. “Hoje, em relação à Síria, vamos optar por suspender algumas sanções que afetavam os setores de energia e transporte, além das instituições financeiras que eram fundamentais para a recuperação econômica do país”, destacou Barrot ao chegar à reunião da UE em Bruxelas. Assad, que esteve no poder na Síria durante 54 anos, foi derrubado por rebeldes islâmicos no dia 8 de dezembro, marcando o fim de uma longa guerra civil que gerou uma das mais severas crises de refugiados da história recente.
O conflito devastador deixou inúmeras cidades em ruínas, serviços públicos deteriorados e a maior parte da população vivendo em condições de pobreza extrema. As rigorosas sanções ocidentais praticamente isolaram a economia formal do país do resto do mundo. Durante o encontro, os ministros das Relações Exteriores da UE também abordaram novos embargos à Rússia. A alta representante da política externa da União Europeia, Kaja Kallas, expressou suas expectativas sobre a renovação das sanções russas na segunda-feira, após a Hungria ter sinalizado que deixaria de obstruir essa decisão em troca de garantias relacionadas à segurança energética. “Espero que cheguemos a um consenso para renovar as sanções que temos”, afirmou Kallas aos jornalistas antes da reunião, poucos dias antes do prazo de renovação, que é 31 de janeiro.
As sanções em pauta para renovação abrangem todas as restrições setoriais no comércio e as medidas que congelaram os ativos do banco central da Rússia. No âmbito legal, os países da UE precisam chegar a um acordo unânime para a renovação dessas restrições a cada seis meses. O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, solicitou consultas com a administração dos Estados Unidos antes de qualquer decisão sobre a renovação. Até agora, o presidente dos Estados Unidos indicou que deseja pressionar a Rússia a participar de negociações de paz.