sábado, fevereiro 1, 2025
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Chefe do centro de memória sobre o Holocausto afirma que…

O presidente do Centro Mundial de Memória do Holocausto, Dani Dayan, criticou Elon Musk por ter desrespeitado as vítimas do nazismo, após o bilionário afirmar que a Alemanha deveria “superar a culpa do passado” e que as “crianças não devem carregar a culpa dos pecados de seus pais, muito menos de seus bisavós”. Essas declarações foram feitas durante a apresentação da campanha do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) e foram interpretadas como uma tentativa de atenuar a responsabilidade histórica da Alemanha pelos crimes cometidos pelo regime nazista.

Esse episódio ocorreu em um momento especialmente delicado, a poucos dias das cerimônias de lembrança do 80º aniversário da libertação do campo de concentração de Auschwitz, uma data altamente significativa para a memória histórica da Alemanha. As palavras de Musk, proferidas antes deste evento, não passaram desapercebidas.

Em uma publicação em uma rede social, Dayan declarou que “a memória do Holocausto deve ser fundamental na construção da sociedade alemã” e que qualquer esforço para ignorar esse passado representaria uma “ofensa às vítimas do nazismo” e um risco para o futuro democrático da Alemanha. No seu discurso no sábado, Musk abordou temas relacionados ao orgulho nacional, enfatizando a importância de os alemães “se orgulharem da Alemanha e de sua identidade”.

O bilionário também tratou da imigração, que é um assunto central nas próximas eleições gerais da Alemanha, marcadas para 23 de fevereiro. Musk encorajou Alice Weidel, uma das líderes da AfD, e seus partidários a não permitirem que o orgulho nacional se perdesse em “um tipo de multiculturalismo que dilui tudo”.

Reações de líderes internacionais não tardaram a surgir. O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, foi um dos primeiros a criticar os comentários de Musk, classificando-os como “sinistros” e expressando preocupação pelo fato de terem sido feitos pouco antes do aniversário da libertação de Auschwitz. O chanceler alemão, Olaf Scholz, também se manifestou, desaprovando a postura e lembrando que, embora todos tenham direito à opinião, “não se pode apoiar a extrema direita”. Musk respondeu de forma provocativa, atacando o chanceler na plataforma de mídia social.

Esse episódio se dá em um cenário de aumento do envolvimento de Musk nas questões políticas europeias, especialmente em relação à ascensão de movimentos populistas e de extrema direita. Uma polêmica anterior envolvendo um gesto de Musk durante um comício nos Estados Unidos — que muitos associaram a uma saudação fascista — intensificou as suspeitas sobre a sua possível inclinação para essas ideologias. Durante um evento após a posse de Donald Trump, Musk fez um gesto com o braço que lembrava a saudação nazista ou romana, tradicionalmente associada a líderes fascistas na Alemanha e na Itália.

Musk se defendeu das críticas na rede social, afirmando: “O ataque de ‘todo mundo é Hitler’ está muito saturado”. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, também saiu em defesa de Musk, afirmando que ele foi “falsamente difamado”.

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