O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está em negociação com El Salvador para estabelecer um acordo que possibilitaria a deportação de imigrantes indocumentados para o país da América Central, conforme reportou uma emissora dos Estados Unidos. Essa iniciativa faz parte de um esforço mais amplo do governo americano para reforçar a repressão à imigração ilegal e, se acordada, permitiria que autoridades dos EUA enviassem pessoas sem documentos de várias nacionalidades, incluindo integrantes de grupos criminosos, para El Salvador.
A proposta visa, ainda, combater gangues que operam em múltiplos países da região, como a Tren de Aragua, originária da Venezuela, que, segundo Trump, se expandiu rapidamente pela América Latina. O governo de El Salvador já implementou várias ações rigorosas contra o crime, como a construção de prisões de grande porte e a adoção de um sistema de segurança altamente severo.
Bukele, considerado um aliado importante dos Estados Unidos, tem visto sua popularidade crescer devido à sua política de tolerância zero em relação às gangues, apesar das críticas de organizações de direitos humanos sobre as condições desumanas nas prisões superlotadas do país.
A Casa Branca confirmou que Trump teve uma conversa com Bukele na última quinta-feira, 23, onde a agenda incluiu a possibilidade de colaboração entre os dois países para impedir a imigração ilegal e combater gangues transnacionais como a Tren de Aragua. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, também programou uma viagem à América Latina no próximo mês, com El Salvador figurando entre os principais destinos.
Embora o governo Trump tenha mencionado planos de deportar até 1,5 milhão de indivíduos neste ano, estimativas apontam que esse número pode se aproximar de 500 mil, conforme aponta um estudo de uma instituição de análise econômica. A política migratória mais restritiva pode diminuir significativamente o crescimento populacional, que foi de 3,4 milhões no ano passado, para 1,5 milhão este ano, além de ter um impacto negativo na expansão do PIB, que pode ser inferior a 2% até 2026.
