sexta-feira, janeiro 31, 2025
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Premiação aumentada pela captura de criminosos mais procurados

A cabeça mais procurada atualmente na política sul-americana pertence ao ditador venezuelano Nicolás Maduro. Recentemente, o governo dos Estados Unidos decidiu incrementar em 66,6% a recompensa por informações que possam levar à sua captura e/ou condenação, aumentando o valor de 15 para 25 milhões de dólares, o que equivale a cerca de 150 milhões de reais, um prêmio similar ao oferecido por algumas loterias.

A recompensa, anunciada pela agência antidrogas dos EUA (DEA), se aplica também ao atual ministro do Interior, Diosdado Cabello, que é uma figura chave no regime e bastante conhecido por seu papel na ala militar do cartel Los Soles, o qual exerce controle significativo sobre o tráfico de ouro, armas e drogas na Venezuela.

O “leilão” em torno da situação na Venezuela prossegue. Recentemente, o governo do Equador fez um anúncio de que venderia até 250 mil barris de petróleo diariamente para países que parassem de importar óleo venezuelano, contribuindo assim para o bloqueio das finanças do governo de Maduro.

Com o preço do petróleo em 65,6 dólares por barril, que é o valor médio do tipo de referência produzido na Venezuela, isso representa um prêmio adicional de 16,4 milhões de dólares por dia, destinado a ajudar na derrubada de Maduro, embora essa recompensa esteja voltada apenas para governos.

No dia 2 de fevereiro, a cleptocracia venezuelana completará 26 anos no poder, começando com a ascensão de Hugo Chávez, que foi legitimamente eleito. Em um curto espaço de tempo, o país passou a ser referenciado como uma “petroditadura”, sustentando-se em uma retórica anti-imperialista acompanhada de um extenso programa de reformas sociais.

A transição de Chávez para Maduro trouxe muitas promessas, mas o país se deteriorou, enquanto os negócios privados prosperavam, principalmente com a estatal PDVSA, que é a versão local da Petrobras. A empresa, atualmente em decadência, produz menos de um terço do que era capaz há duas décadas, enfrenta falta de manutenção de seus equipamentos e costuma sofrer com incêndios em suas refinarias. As reformas sociais propostas se mantiveram apenas no papel, restando apenas programas assistenciais que foram transformados em fontes de enriquecimento para alguns membros do grupo que detém o poder sob Maduro.

Após a morte de Chávez em 2013, Maduro tornou-se um elemento problemático para políticas e negócios na América. Durante a administração de Joe Biden, houve um aumento nas sanções econômicas, que incluem a significativa elevação da recompensa para capturar tanto Maduro quanto Diosdado. Quando Donald Trump assumiu, ele anunciou o fim das importações de petróleo da Venezuela, embora sem especificar um cronograma. Seu secretário de Estado, Marco Rubio, e assessores de política externa têm uma longa história de apoio a medidas drásticas contra o regime chavista.

Embora a suspensão das importações de petróleo pudesse acelerar a queda do regime, também traria um custo social elevado. As sanções recentes agravaram a crise já presente no país, gerando um êxodo inédito na América do Sul, estimado em cerca de sete milhões de pessoas.

A guerra na Ucrânia, iniciada pela Rússia, desestabilizou o mercado petrolífero global, resultando em um aumento nas compras de petróleo venezuelano tanto pela China quanto pelos Estados Unidos.

No ano passado, as importações americanas de petróleo da Venezuela cresceram em 64%, totalizando 222 mil barris por dia, conforme dados da Opep e do Departamento de Energia dos EUA, com a China liderando as importações com 351 mil barris diários. A oferta feita pelo Equador pode ser vista como um sinal ao governo Trump e a outros países, prometendo a eles o fornecimento de petróleo em uma possível ação para osar a “cabeça” do regime de Caracas, que está a cargo do ditador Nicolás Maduro.

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