Comida cara e dinheiro escasso nas mãos dos eleitores é o cenário que marca o início da temporada eleitoral de 2026, que, segundo líderes governamentais, já está em andamento. Essa situação é particularmente prejudicial em qualquer lugar e para qualquer grupo político que deseja se manter no poder. O Brasil, sob a liderança atual, pode estar vulnerável a essa dinâmica. Algo parecido já ocorreu nos Estados Unidos.
A iminência de um período eleitoral em meio a um cenário de retração econômica, impulsionado pelas taxas de juros elevadas que visam conter a inflação, tem gerado inquietação entre os aliados do governo. No interior do partido governante, algumas lideranças acreditam que será um desafio significativo para o presidente reconquistar a popularidade perdida, especialmente com uma administração considerada instável, sem forte apoio no Legislativo e marcada por uma série de decisões mal interpretadas, principalmente na área econômica.
As críticas, inicialmente limitadas ao círculo do partido, começaram a se espalhar entre os aliados. O presidente de um partido que faz parte da base de apoio do governo expressou sua preocupação em relação à direção do governo durante um evento em São Paulo, onde se encontrava com executivos do setor financeiro.
Ele fez uma crítica sutil e afiada, comparando a atual situação com a de uma ex-integrante do governo que não teve sucesso por querer controlar a economia. Ele observou que atualmente há dificuldades para o ministro da Fazenda em imprimir suas ideias e projetos na prática, sugerindo que a coordenação do governo econômico está comprometida. Em sua perspectiva, o ministro tem enfrentado obstáculos devido à centralização do poder econômico por parte do presidente, refletindo uma situação semelhante àquela vivida durante o governo anterior. Essa visão, que já circulava nos bastidores da política, agora é trazida à tona.
Ainda que possa receber críticas por várias razões, sua postura não pode ser considerada exagerada, especialmente diante de sua insistente preocupação com a crescente insatisfação popular. Embora ainda não tenha se manifestado nas ruas, a insatisfação já demonstrou ser capaz de surpreender o governo, especialmente em meio a protestos digitais relacionados a possíveis ações de fiscalização sobre operações financeiras. Isso revela um temor sobre um possível aumento da carga tributária sobre a renda informal.
Diante de uma inflação que afeta tanto os alimentos quanto os serviços, alcançando índices alarmantes, e com uma das maiores taxas de juros do mundo, o cenário político para o projeto de continuidade do atual governo e do partido ao poder se torna cada vez mais apertado neste período decisivo para as eleições presidenciais de 2026. Os aliados, como mencionado, estão cada vez mais desconfortáveis com a direção ou a falta dela.