sexta-feira, janeiro 31, 2025
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Astronautas da Boeing em missão fazem caminhada espacial

Os astronautas Suni Williams e Butch Wilmore participaram de uma caminhada espacial nesta quinta-feira (30), após sua missão ser prolongada inesperadamente depois de terem participado do voo de teste tripulado da Starliner da Boeing. Eles deixaram a Estação Espacial Internacional para coletar amostras que poderiam revelar a presença de microrganismos na superfície do laboratório orbital. A atividade, que teve início por volta das 10h (horário de Brasília), está programada para durar aproximadamente seis horas e meia. A caminhada foi transmitida ao vivo pelo canal da NASA.

Durante a atividade, Williams vestiu um traje branco com listras vermelhas, enquanto Wilmore utilizou um traje sem marcações. Esta foi a 274ª caminhada espacial destinada à manutenção e atualização da estação, marcando a nona caminhada espacial de Williams e a quinta de Wilmore. As tarefas que os astronautas realizaram do lado de fora da estação incluíram a remoção de equipamentos de comunicação por rádio que estavam deteriorados, os quais serão levados de volta à Terra para reparos, além da preparação de uma peça sobressalente para o braço robótico Canadarm2, que pode ser necessário para substituir o cotovelo da ferramenta de 17 metros de comprimento.

O Canadarm2, que foi inicialmente utilizado na montagem da estação, agora auxilia no transporte de suprimentos e equipamentos, além de ajudar os astronautas a se movimentarem durante as caminhadas espaciais e a capturarem espaçonaves para acoplamento. Durante a caminhada, os astronautas colherão amostras em várias áreas do exterior da estação para o experimento ISS External Microorganisms, que investiga se a estação libera microrganismos ao redor das saídas do sistema de suporte à vida. Embora as espaçonaves e trajes espaciais sejam completamente esterilizados antes das missões, os humanos trazem consigo seus próprios conjuntos de microrganismos, que se multiplicam continuamente.

Compreender quais microrganismos conseguem resistir ao processo de esterilização e alcançar a estação espacial poderá ser crucial para adaptar os procedimentos de limpeza, especialmente com o objetivo de futuras missões à superfície lunar através da missão Artemis III, previstas para este ciclo e, eventualmente, visando Marte pela primeira vez. A agência espacial opera sob rigorosas normas de proteção planetária, que buscam evitar a contaminação de ambientes extraterrestres e impedir a reintrodução de qualquer contaminante desses ambientes na Terra.

Os cientistas estão interessados em descobrir quantos, se existirem, microrganismos são liberados no espaço pelo laboratório orbital, como podem sobreviver e se reproduzir em condições cósmicas, além de até onde podem viajar. Na Terra, organismos que habitam ambientes extremos, como fontes hidrotermais no fundo do mar, são considerados extremófilos, e esse experimento pode revelar quais microrganismos são suficientemente resilientes para existir na intensa radiação do espaço.

A atenção em torno da jornada espacial de Wilmore e Williams aumentou desde seu lançamento em junho, quando embarcaram na estação a bordo da nave Starliner da Boeing em sua primeira missão tripulada. Inicialmente, esperava-se que eles retornassem à Terra cerca de oito dias depois, mas problemas técnicos, como vazamentos de hélio e outros desafios de propulsão, levaram a NASA a decidir que o uso da Starliner para a volta era arriscado, resultando no retorno da cápsula vazia.

A NASA decidiu que Wilmore e Williams devem voltar à Terra apenas após o final de março de 2025, utilizando a cápsula Crew-9 da SpaceX, que atualmente está acoplada à estação espacial. A dupla não retornará até que o próximo voo, Crew-10, chegue à estação. Quando atingirem a Terra, terão passado quase 10 meses no espaço. Em uma entrevista anterior, um ex-administrador da NASA comentou sobre a decisão de prolongar a permanência dos astronautas, ressaltando que essa escolha foi feita pensando na segurança deles, mesmo diante da resistência da Boeing.

Por outro lado, o CEO da SpaceX, Elon Musk, expressou em suas redes sociais que os astronautas estavam “presos” no espaço e que o presidente havia solicitado à SpaceX que os trouxesse de volta rapidamente. Musk fez essa declaração em um post, lamentando que a administração anterior os deixou lá por tanto tempo. Trump divulgou sentimentos semelhantes, afirmando que pediu a Musk que resgatasse os astronautas abandonados.

Quando contatada, a NASA reiterou que a agência e a SpaceX estão trabalhando rapidamente para garantir o retorno seguro dos astronautas Suni Williams e Butch Wilmore da missão Crew-9, enquanto também se preparam para o lançamento da Crew-10. A transição de uma equipe para outra é considerada vital para a manutenção da ISS e para a segurança de todos os astronautas. Apesar da inesperada extensão de sua permanência, ambos os astronautas mantiveram um bom espírito e afirmaram não se sentirem “presos”. Williams, que recentemente completou sua oitava caminhada espacial, destacou a boa colaboração e a importância do trabalho em equipe, mencionando o desejo de voltar para casa, mas reconhecendo o quanto ainda havia a ser feito.

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