O presidente Lula esclareceu hoje suas intenções em relação à política econômica, afirmando que ela será mantida como está. Durante uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, ele garantiu que não houve déficit fiscal no ano anterior, defendeu que a política de gastos públicos é reflexo de responsabilidade fiscal e assegurou que não haverá cortes em programas sociais que possam afetar as populações mais vulneráveis. Poucas horas depois, o ministro da Fazenda reforçou que a situação econômica está sob controle, mencionando que os preços dos alimentos devem se estabilizar, que o dólar tende a se desvalorizar e que a taxa de juros já alcançou o nível necessário para desacelerar a economia, o que significa que não são esperados novos aumentos.
A oposição reagiu às declarações de Lula no Planalto e criticou suas considerações sobre a taxa de juros, enquanto os juros futuros apresentaram queda após a reunião do Copom e a divulgação de dados sobre o emprego no Brasil. Além disso, eventos climáticos causaram perdas que somam R$ 45,9 bilhões no país entre 2020 e 2023.
Essas declarações e posicionamentos parecem ser um dos principais resultados da primeira ação de Lula ao assumir suas funções no Palácio do Planalto, que foi se reunir com seu responsável pela propaganda política, que atuou como estrategista em sua última campanha. A perspectiva do presidente em relação à economia se contrasta fortemente com a visão de especialistas em finanças públicas. Para esses especialistas, o déficit fiscal, a crescente dívida pública e os gastos que constantemente superam as receitas levarão a uma inflação duradoura, retração econômica, juros altos e uma erosão da credibilidade, fatores que já são visíveis na atual conjuntura. Em outras palavras, as iniciativas adotadas por Lula em seu terceiro mandato, até o momento, não geraram os resultados políticos desejados. Surge, então, a indagação inevitável: “Se plantar a mesma coisa, irá mudar a colheita?”
