sexta-feira, janeiro 31, 2025
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Casos de Febre Oropouche no Brasil Atingem Quase 3 Mil em 2025

Nas quatro primeiras semanas de 2025, o Brasil registrou 2.791 casos de febre do Oropouche, sendo que 2.652 dessas ocorrências ocorreram apenas no estado do Espírito Santo, além de 99 no Rio de Janeiro e 30 em Minas Gerais. “Quase três mil casos de febre do Oropouche nas primeiras semanas deste ano no Brasil – cerca de 95% registrados no Espírito Santo. Isso representa uma preocupação extra em relação ao verão do ano passado que enfrentamos”, afirmou o secretário-adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente.

Os outros casos da febre do Oropouche foram detectados em Paraíba (7), Ceará (1), Paraná (1) e Roraima (1). Para entender melhor, o Ministério da Saúde descreve a febre do Oropouche como uma enfermidade causada por um arbovírus do gênero Orthobunyavirus, que foi identificado pela primeira vez no Brasil em 1960, quando uma amostra de sangue de um bicho-preguiça foi coletada durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Desde esse primeiro registro, ocorreram relatos de casos isolados e surtos, principalmente na região amazônica, onde a doença é considerada endêmica. No entanto, em 2024, a infecção passou a ser uma preocupação significativa para as autoridades de saúde, com a transmissão ocorrendo em diversas unidades federativas.

A transmissão é predominantemente mediada pelo vetor Culicoides paraensis, popularmente chamado de maruim ou mosquito-pólvora. No ciclo silvestre, bicho-preguiça e primatas não-humanos, além de possivelmente aves silvestres e roedores, servem como hospedeiros. Por outro lado, no ciclo urbano, os seres humanos se tornam os principais hospedeiros. Nesse contexto, o mosquito Culex quinquefasciatus, conhecido como pernilongo e frequentemente encontrado em áreas urbanas, também desempenha um papel na disseminação do vírus.

Os sintomas da febre do Oropouche são semelhantes aos da dengue e incluem forte dor de cabeça, dores musculares, náuseas e diarreia. De acordo com o ministério, a manifestação aguda da doença se inicia com febre súbita, acompanhada de cefaleia, mialgia e artralgia. Outros sinais clínicos, como tontura, dor atrás dos olhos, calafrios, sensibilidade à luz, náuseas e vômitos, também foram relatados. Complicações como envolvimento do sistema nervoso central (incluindo meningite asséptica e meningoencefalite), especialmente em indivíduos imunocomprometidos, bem como manifestações hemorrágicas (petéquias, epistaxe, gengivorragia) podem ocorrer.

Em 2024, houve a confirmação de duas mortes por febre do Oropouche na Bahia. Até então, não havia registros de óbitos associados a essa infecção em nenhum lugar do mundo. Segundo a Secretaria de Saúde da Bahia, as vítimas eram pacientes sem comorbidades e não gestantes. A primeira morte foi de uma mulher de 24 anos residente em Valença, ocorrida no dia 27 de março. O segundo óbito envolveu uma mulher de 21 anos, moradora de Camamu, registrado no dia 10 de maio.

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