sábado, fevereiro 1, 2025
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‘Déficit não é perda’: declaração contraditória da…

“Déficit não é sinônimo de rombo.” Assim se manifestou a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos do Brasil ao responder a jornalistas sobre os resultados financeiros das empresas brasileiras, incluindo as estatais, que foram divulgados pelo Banco Central e apresentaram um déficit de 8 bilhões de reais em 2024.

Vários economistas foram consultados sobre a questão. Elena Landau, que possui uma sólida experiência tanto na advocacia quanto em funções públicas, ressalta que “o passado pesa sobre o governo”. Ela mencionou a situação dos déficits ao final do governo de Dilma Rousseff e o esforço realizado durante a gestão de Michel Temer para recuperar as empresas, que enfrentaram dificuldades que até as forçaram a interromper investimentos e quase levaram à falência.

O governo justifica que o valor apresentado inclui investimentos realizados pelas empresas com recursos já disponíveis. A ministra explicou que os dados do Banco Central refletem o resultado fiscal das empresas, considerando apenas receitas e despesas. “Muitas dessas despesas utilizam dinheiro que estava em caixa, o que pode resultar em um déficit, mesmo que as empresas estejam apresentando lucro”, explicou. Ela também comentou que, das onze empresas com déficit reportadas, nove estão gerando lucro, o que indica que não se pode falar em rombo. “O Tesouro não vai assumir essa dívida. Esse resultado se dá pelo aumento de investimentos das empresas”, disse, mencionando os Correios como um exemplo.

Por outro lado, Landau alertou que um déficit de 8 bilhões de reais representa uma questão séria. “Onde estão sendo feitos esses gastos? Com quais objetivos? Telebras? Quem garante que esses investimentos trarão retorno para a sociedade?”, questionou.

Um economista de uma gestora de recursos, que pediu para permanecer anônimo, comentou que “rombo” é uma expressão informal para descrever um resultado negativo, muitas vezes usada como sinônimo de déficit. Ele destacou que o conceito de déficit indica que as despesas superam as receitas e que, na prática, é comum utilizarmos a expressão rombo para referir-se a isso. Ele ainda ressaltou que, para que um déficit se transforme em superávit, é essencial que haja geração de lucro ou um financiamento; até isso ocorrer, “um número negativo não se torna positivo”.

Outro economista-chefe de uma gestora multimercado acrescentou que “são termos equivalentes”. “Se estamos analisando um dado negativo, isso configura um rombo. A situação mudará apenas com a realização dos lucros.”

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