segunda-feira, fevereiro 3, 2025
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NETANYAHU IGNORA PRAZO DO CESSAR-FOGO PARA SE REUNIR COM TRUMP

O prazo para o início das negociações acerca da extensão do cessar-fogo em Gaza se encerra nesta segunda-feira, com a presença do primeiro-ministro israelense em Washington. O silêncio do governo israelense a respeito da data em que uma equipe negociais poderá se reunir com o Hamas gera incertezas sobre os próximos passos desse frágil acordo. Em vigor há mais de duas semanas, o cessar-fogo está previsto para terminar em 1º de março. De acordo com os termos firmados, as discussões sobre a fase seguinte deveriam começar até esta segunda-feira.

A visita do primeiro-ministro israelense a Washington coincide com uma reunião agendada com o presidente dos Estados Unidos. O ex-presidente Donald Trump pretende ter um encontro com o rei da Jordânia ainda este mês. O chefe do Hezbollah anunciou que o líder assassinado será sepultado no dia 23 de fevereiro. O governo israelense não divulgou oficialmente uma equipe de negociação, nem informou sobre potenciais deslocamentos para o Catar ou o Egito, onde uma delegação do Hamas se dirige esta semana. O Hamas, por sua vez, também não se manifestou sobre o prazo estipulado.

O primeiro-ministro do Catar, atuando como mediador nas conversações, apontou que ainda não há informações claras sobre o início das negociações. Em suas declarações, expressou a expectativa de que haja movimentos nos próximos dias. O primeiro-ministro israelense deixou claro que a sua intenção de conduzir as negociações se concentra em Washington, onde será o primeiro líder estrangeiro a se reunir formalmente com o presidente Trump nesta semana. O gabinete de Netanyahu indicou que um acordo foi feito para que as discussões sobre a segunda fase do acordo de reféns se iniciassem após a reunião em Washington, com ênfase nas posições de Israel.

Desde a implementação do cessar-fogo em 19 de janeiro, o Hamas e seus aliados liberaram 18 reféns, enquanto o governo israelense soltou 583 palestinos detidos, que incluem tanto prisioneiros condenados por crimes graves, quanto um número significativo de crianças não acusadas formalmente. O cessar-fogo permitiu a retirada das tropas israelenses de áreas urbanas em Gaza e a entrada de ajuda humanitária no enclave. Além disso, foi reaberto pela primeira vez desde maio do ano anterior o ponto de passagem de Rafah, permitindo a saída de palestinos feridos e doentes.

Inicialmente, a primeira fase da trégua foi projetada para durar apenas 42 dias. As discussões para a fase subsequente estão agendadas para esta segunda-feira, que marca o 16º dia da trégua, levantando preocupações sobre a conformidade de Netanyahu com os termos do acordo, ao priorizar conversações com Trump. Durante essa nova fase, espera-se que as forças israelenses se retirem totalmente de Gaza e que todos os reféns restantes, tanto civis quanto militares, sejam libertados em troca de mais prisioneiros palestinos.

As principais inquietações de Netanyahu nesta semana se concentram nas exigências do presidente americano. É importante ressaltar que Trump não ocupava o cargo durante a primeira rodada de negociações, embora sua equipe tenha exercido influência significativa na pressão sobre Israel para alcançar um acordo. Netanyahu declarou que, por meio de decisões corajosas, “redesenhou o mapa” e expressou otimismo sobre um futuro redimensionamento com a colaboração de Trump.

Um negociador israelense de longa data criticou a falta de iniciativa de Netanyahu em iniciar as negociações conforme o estipulado, ressaltando que isso constitui uma violação clara do acordo. Essa postura de Israel, que exige que o Hamas cumpra todos os termos acordados, enquanto também se considera em incumprimento, levanta questionamentos sobre a segurança dos reféns.

Trump, que assume certa responsabilidade pelo cessar-fogo atual, também manifestou sua intenção de acabar com os conflitos no exterior. No entanto, sugeriu que a população da Gaza deveria ser deslocada, o que pode ser interpretado como uma violação de normas de direitos humanos, conforme observado pelas Nações Unidas. O ministro das Finanças de Israel, membro da coalizão de Netanyahu, expressou apoio à ideia de reintegrar judeus em Gaza, enquanto um outro ministro de extrema-direita se retirou do governo em protesto ao cessar-fogo, sinalizando tensões internas e divergências a respeito das estratégias a serem adotadas.

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