segunda-feira, fevereiro 3, 2025
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ATENTADO COM CARRO-BOMBA NA SÍRIA DEIXA 15 MORTOS, INFORMA DEFESA CIVIL

Um carro-bomba explodiu nesta segunda-feira (3) na cidade síria de Manbij, resultando na morte de pelo menos 15 pessoas. Este foi o segundo ataque ocorrido em três dias e o mais letal desde a destituição de Bashar al-Assad em dezembro. O ataque aconteceu em uma cidade situada a aproximadamente 30 quilômetros da fronteira com a Turquia. As equipes de resgate da defesa civil informaram que das vítimas fatais, 14 eram mulheres e um homem, além de relatar que 15 mulheres ficaram feridas. As vítimas eram trabalhadores agrícolas, e há a possibilidade de que o número de mortos aumente, conforme declarou um oficial da defesa civil.

Manbij tem uma história de mudanças de controle ao longo do conflito sírio, tendo sido capturada recentemente em dezembro por grupos apoiados pela Turquia, que tomaram a cidade das Forças Democráticas Sírias (SDF), que têm o apoio dos Estados Unidos e são lideradas pela milícia curda YPG. As SDF já haviam conquistado a cidade anteriormente, ao expulsar o Estado Islâmico em 2016. No último sábado (1º), outro carro-bomba em Manbij matou quatro civis e feriu nove, incluindo crianças, de acordo com informações da agência de notícias estatal síria SANA.

O derrube de Assad ocorreu em 8 de dezembro, após uma rápida ofensiva do grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), cujo líder, Ahmed al-Sharaa, foi designado como presidente de transição da Síria na semana passada. A ascensão de grupos rebeldes resultou na queda do regime que estava no poder há 50 anos e teve como um de seus marcos a evasão de Bashar al-Assad do país, que agora se encontra em Moscou, onde obteve asilo, conforme relatos de fontes na Rússia.

A guerra civil na Síria teve início durante a Primavera Árabe em 2011, quando o governo de Assad reprimiu violentamente um movimento pró-democracia, gerando um forte conflito armado. A partir disso, formou-se uma força rebelde conhecida como Exército Sírio Livre, que se opôs às forças do governo. O surgimento do Estado Islâmico, que chegou a dominar 70% do território sírio, complicou ainda mais a situação. Esse cenário levou a intervenções de diversos atores internacionais, incluindo a Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos e Rússia, em um embate que foi descrito por observadores como uma “guerra por procuração”.

A Rússia se aliou ao governo de Assad em sua luta contra o Estado Islâmico e os grupos rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional visando combater o grupo terrorista. Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito entrou em uma fase de relativa calma, embora ainda haja confrontos ocasionais entre os rebeldes e o regime. De acordo com estimativas da ONU, mais de 300 mil civis perderam a vida ao longo de mais de uma década de guerra, e milhões de deslocados enfrentam uma situação crítica na região.

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