O modelo A50, que apresenta dimensões intermediárias entre os modelos A40 e A60, é a principal novidade da nova geração de caminhões articulados da Volvo, embora não seja fabricado no Brasil.
A pequena vila de Braås, na Suécia, e a cidade de Pederneiras, localizada no interior de São Paulo, apesar da grande distância e das diferenças climáticas, compartilham uma conexão econômica significativa. Ambas são sede de fábricas da Volvo CE, sendo que estas são as únicas responsáveis pela produção dos caminhões articulados, essenciais para setores como mineração, agronegócio e infraestrutura.
Os caminhões articulados são veículos projetados para operar eficientemente em terrenos desafiadores. Eles são constituídos por duas partes: uma cabine motriz, que controla o movimento e a direção do veículo, e uma caçamba basculante, capaz de transportar grandes quantidades de material, adaptando-se a desníveis e irregularidades.
Recentemente, a Volvo apresentou sua nova linha de caminhões articulados em um evento em Braås. Neste evento, foram destacadas atualizações nas seis versões já existentes, que agora contam com softwares mais avançados para aumentar a segurança, conforto dos operadores e reduzir o consumo de diesel em até 15%. Além disso, o novo modelo A50 foi introduzido.
Dos sete veículos disponíveis, cinco são produzidos no Brasil: A25, A30, A35, A40 e A45. Os modelos A60 e A50 não são fabricados no país devido ao perfil das equipagens demandadas nas regiões atendidas, como os Estados Unidos.
Embora o produto possa parecer apenas mais uma máquina de canteiro de obras, sua importância é significativa. O caminhão articulado, desenvolvido pela Volvo em 1966 e conhecido como “Gravel Charlie”, foi um marco na eficiência operacional de locais com terrenos difíceis. Antes de sua criação, muitas operações em ambientes complicados enfrentavam desafios relacionados a perdas e custos elevados devido ao uso de veículos menos adequados.
A implementação dos caminhões articulados transformou a dinâmica de projetos de grande escala, como a construção de hidrelétricas e estradas, permitindo reduções significativas em custos e melhorias na eficiência operacional. Apesar de não alcançar uma produção massiva em todo o mundo, o valor agregado desses veículos os torna produtos de destaque na linha da Volvo CE.
A unidade de Pederneiras se destaca como um importante polo de exportação, com 80% da produção de caminhões articulados destinada ao mercado dos Estados Unidos. A presença da fábrica no Brasil é vista como estratégica para fortalecer a posição da Volvo na América Latina, que apresenta crescimento acentuado.
A fábrica brasileira é única, pois combina a produção de caminhões articulados e carregadeiras. As exportações representam uma parcela significativa do total produzido, com 39% enviados para a América do Norte. Durante a pandemia, a unidade de Pederneiras atendeu ao mercado europeu com um fornecimento de 50 caminhões.
O compromisso da Volvo com o mercado latino-americano é evidenciado pelo investimento de R$ 1,5 bilhão na região até 2025. A América do Sul é responsável por 4% das vendas anuais da empresa, com crescimento notável em relação ao ano anterior, impulsionado por melhorias no Brasil.
As vantagens competitivas da planta em Pederneiras incluem custos de produção mais baixos e um posicionamento logístico favorável, facilitando exportações. Em 2025, com a nova geração de caminhões articulados, a expectativa é de que sejam produzidas 1.250 unidades para exportação.
O presidente da Volvo CE Latin America destaca a importância da operação local e vislumbra a possibilidade de crescimento na demanda de commodities, especialmente em setores como mineração e agricultura. Ele aponta que a produção local e a qualidade dos produtos são fatores que favorecem a competitividade da unidade brasileira.
Olhos voltados para um futuro promissor, a Volvo se prepara para celebrar os 50 anos da fábrica em Pederneiras, ressaltando a importância da unidade na operação global da empresa. O foco em inovação e sustentabilidade é visto como crucial para manter a competitividade e garantir um crescimento contínuo nos próximos anos.