Os líderes da União Europeia se reunirão nesta segunda-feira (3) com o secretário-geral da Otan e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, para discutir investimentos em defesa, em resposta às pressões do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Esta é a primeira cúpula dos líderes europeus desde o retorno de Trump à Casa Branca e a primeira dedicada exclusivamente ao tema de defesa.
Além disso, esta é a primeira reunião do bloco europeu com a participação do primeiro-ministro britânico desde a saída do Reino Unido da União Europeia. Após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, os países da UE que fazem parte da Otan reconheceram a necessidade de aumentar os gastos com defesa.
Trump tem enfatizado que os países europeus não estão contribuindo o suficiente e sugeriu que a segurança oferecida pelos Estados Unidos não deve ser considerada garantida. Com isso, ele tem pressionado os aliados da Otan a elevarem seus gastos militares a 5% do PIB, uma meta que representa um grande desafio para a maioria dessas nações.
Os líderes europeus expressam preocupação de que as declarações de Trump possam distanciá-los de possíveis acordos de paz com a Rússia, além de potencialmente compelirem a Ucrânia a fazer concessões. As ameaças de Trump também têm impactado a própria Europa, incluindo uma pressão crescente sobre a Dinamarca em relação ao controle da Groenlândia.
No último sábado, Trump anunciou a imposição de tarifas elevadas a seus tradicionais aliados, o México e o Canadá, além da China, um assunto que provavelmente será discutido durante a reunião. Embora haja um reconhecimento geral da necessidade de aumentar os investimentos em defesa, não há consenso sobre a melhor forma de proceder.
Os principais desafios se concentram na forma de financiar esses investimentos. A demanda por armas adicionais levanta a questão sobre se as aquisições devem ser feitas dentro ou fora da União Europeia, além do papel que a Otan deve desempenhar nesse processo.
A pressão está aumentando para que o Banco Europeu de Investimento (BEI) destine mais recursos à indústria de defesa, e propostas para uma dívida conjunta da UE para esse fim estão sendo debatidas. Vários países demandam que as compras sejam feitas dentro do bloco europeu, o que exigirá investimentos significativos para fortalecer o setor de defesa no continente.
No entanto, há opiniões que sugerem que, enquanto a capacidade da indústria europeia não estiver completamente desenvolvida, a alternativa pode ser comprar dos Estados Unidos, o que também poderia atender às expectativas de Trump. O debate gira em torno da definição dos papéis da UE e da Otan nesse contexto.