O novo presidente de transição da Síria, Ahmad al-Sharaa, realizará uma visita a Ancara, capital da Turquia, na terça-feira, dia 4, a convite do presidente turco, Tayyip Erdogan, conforme comunicado oficial divulgado pela presidência turca. Durante o encontro, Erdogan e al-Sharaa abordarão as recentes desenvolvimentos na Síria, bem como discutirão possíveis iniciativas para a reconstrução da economia síria e a busca por estabilidade e segurança duradouras. Essa informação foi compartilhada pelo diretor de comunicações da presidência turca.
O diretor ainda mencionou que as partes também discutirão o tipo de apoio que a Turquia pode oferecer ao governo de transição sírio e à população em fóruns internacionais.
Desde a queda do regime Assad em 8 de dezembro, após 50 anos de domínio, a Síria enfrenta uma nova fase política. Grupos rebeldes conseguiram capturar a capital, Damasco, levando o presidente Bashar al-Assad a buscar asilo em Moscou. A guerra civil que se instaurou no país teve início em 2011, quando Assad reprimiu protestos pró-democracia, resultando na formação do Exército Sírio Livre, uma força rebelde que se opôs ao governo.
Além disso, em meio a esse conflito, o Estado Islâmico, uma organização terrorista, estabeleceu-se fortemente no território, chegando a controlar 70% da Síria em certos momentos. A situação no país se agravou com a intervenção de múltiplos atores regionais e potências globais, como Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos e Rússia, o que promoveu uma escalada do conflito, sendo caracterizada por muitos como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo Assad com o intuito de combater tanto o Estado Islâmico quanto as forças rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional contra o grupo terrorista. Desde um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito entrou em uma fase relativamente “adormecida”, embora ainda ocorram confrontos esporádicos entre rebeldes e o regime de Assad. Dados da ONU apontam que mais de 300 mil civis perderam a vida durante mais de uma década de guerra, além de milhões de pessoas terem sido deslocadas em decorrência do conflito.
