De acordo com informações divulgadas pela Voepass, a extensa malha aérea e a saúde financeira necessárias para a expansão programada para 2024 foram impactadas pelo acidente ocorrido em Vinhedo, São Paulo, em agosto, que resultou na morte de 62 pessoas.
A companhia aérea não revelou o montante do passivo que será renegociado, mas ressaltou que dará prioridade ao pagamento de salários e benefícios para seus colaboradores, afirmando que as operações continuarão normalmente. Em comunicado, a Voepass anunciou a solicitação de uma tutela preparatória visando uma reestruturação financeira, a fim de reorganizar suas obrigações financeiras de curto prazo e sua estrutura de capital. A empresa, que figura entre as maiores do Brasil, afirmou que a operação das rotas e a venda de passagens seguem de forma ininterrupta. Entretanto, constatou que os planos de expansão foram alterados em função do acidente do voo 2283, ocorrido no dia 8 de agosto, quando um ATR-72 da companhia, procedente de Cascavel, no Paraná, caiu antes de pousar no aeroporto internacional de Guarulhos.
Todos os 62 ocupantes da aeronave perderam a vida, caracterizando o acidente como o mais grave em solo brasileiro desde o acidente do voo 3054 da TAM, em julho de 2007. A Voepass esclareceu que a tutela solicitada não inclui os processos de indenização vinculados ao acidente, os quais estão sendo tratados através de uma seguradora. Além disso, a companhia mencionou uma crise setorial no mercado de aviação comercial, que teve início na pandemia de covid-19 e se prolonga até o presente momento, exacerbada pela valorização do dólar, do petróleo e pelo aumento dos custos de manutenção das aeronaves. Recentemente, em virtude das dificuldades enfrentadas, a Gol solicitou recuperação judicial e a Azul renegociou suas dívidas com credores, estando ambas as empresas agora em tratativas para uma possível fusão.
Embora a Voepass não tenha adicionado detalhes sobre o tamanho do passivo a ser renegociado, enfatizou a importância de priorizar os pagamentos de seus funcionários e a continuidade das atividades. Em nota, o CEO da empresa destacou que, mesmo diante dos desafios enfrentados pelo setor aéreo no Brasil, a companhia completou 30 anos de atuação na aviação regional.