Uma residente do Jardim Pantanal, localizada na zona Leste de São Paulo, relatou que diversas famílias estão enfrentando isolamento há mais de três dias devido às enchentes que afligem a região. Em um vídeo gravado por uma professora da Associação dos Clubes de Mães, é possível observar uma das ruas do bairro completamente submersa, com águas invadindo as residências. A referida associação oferece cursos à comunidade, como cabeleireiro, cuidador de idosos e manicure, mas, segundo a professora, as aulas estão suspensas devido à inundação das dependências da associação.
A professora informou que a maior parte dos alunos é oriunda da comunidade local, a qual também sofreu com alagamentos em suas residências. “Famílias estão ilhadas há mais de três dias, sem conseguir sair de casa”, relatou. A Defesa Civil do Estado de São Paulo reitera o alerta para a possibilidade de intensas chuvas na região. Em Salto, o Rio Tietê apresenta um volume de água cinco vezes superior ao normal.
A professora também solicitou doações para as famílias afetadas no bairro. Até o momento, a comunidade conseguiu arrecadar leite, café e bolachas, mas a demanda por itens ainda é significativa, incluindo produtos de higiene pessoal, fraldas de diversos tamanhos, absorventes e alimentos. As doações podem ser direcionadas à Associação de Mães.
Os moradores do Jardim Pantanal enfrentam problemas relacionados a enchentes há aproximadamente trinta anos. Em uma coletiva de imprensa, o prefeito da capital, Ricardo Nunes, abordou a atual situação do bairro, enfatizando que é “impossível ir contra a natureza” e conter o Rio Tietê. Ele argumentou que obras de drenagem e contenção não são opções viáveis para a emergência das águas na região.
Nunes destacou que muitas residências estão situadas em áreas de várzea, onde, com a elevação das águas em decorrência das chuvas, não há para onde a água escoar, resultando em inundações nas residências. A proposta de um dique, estimado em R$ 1 bilhão, para controlar o Rio Tietê e evitar novos alagamentos, não está sendo considerada pelo governo. A prefeitura está avaliando a possibilidade de realocar as casas, oferecendo auxílio financeiro que varia entre R$ 20 mil a R$ 50 mil, dependendo da situação de cada residência.