Os Estados Unidos iniciaram voos para transportar migrantes detidos até a base militar de Guantánamo, localizada em Cuba. Essa ação, anunciada pela Casa Branca, é uma extensão das políticas de imigração mais rigorosas adotadas pelo governo atual. A base, que já é conhecida por abrigar prisioneiros acusados de terrorismo, incluindo membros da Al Qaeda, também foi utilizada ao longo dos anos para deter migrantes que foram interceptados no mar.
Recentemente, foi determinado que as instalações de Guantánamo sejam adaptadas para receber até 30 mil pessoas, com a intenção de enviar “criminosos” em situação irregular para lá. A reação do governo cubano foi de condenação, com o presidente Miguel Díaz-Canel descrevendo a medida como um “ato de brutalidade”.
A porte-voz da Casa Branca confirmou que os voos para Guantánamo já estão em andamento. Reportagens indicam que os migrantes estão sendo mantidos em áreas separadas dos prisioneiros suspeitos de terrorismo. Entretanto, organizações de direitos humanos manifestaram preocupações sobre as condições nos centros de detenção. Relatos apontam que os migrantes enfrentam vigilância durante consultas com advogados, são forçados a usar óculos escuros durante o transporte e lidam com problemas tanto sanitários quanto de infestação de ratos.
O governo atual tem intensificado suas ações contra a imigração irregular, implementando batidas em várias cidades e revogando rotas migratórias legais que foram estabelecidas pela administração anterior. Ademais, a deportação de migrantes tem sido realizada em aviões militares, algumas vezes com os deportados algemados, gerando tensões diplomáticas com países como Colômbia e Brasil, que demandam um tratamento mais humanitário para seus cidadãos.
A prisão de Guantánamo foi estabelecida em 2002, durante a administração de George W. Bush, como parte da resposta à “guerra ao terror” após os ataques de 11 de setembro de 2001. Os ex-presidentes Barack Obama e Joe Biden também se comprometeram a fechar a instalação, mas não conseguiram levar a cabo essas promessas.