A polarização política está atualmente influenciando a comportamental dos parlamentares no Brasil. Recentemente, além do uso tradicional de ternos e gravatas, deputados e senadores, tanto da base governista quanto da oposição, começaram a utilizar bonés como uma forma de expressar suas alianças políticas. Em um vídeo publicado em suas redes sociais na terça-feira, 4, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou dessa dinâmica ao exibir um boné com a frase “O Brasil é dos brasileiros”.
O boné está disponível em plataformas populares de e-commerce, como Shopee e Mercado Livre, com preços que variam entre sessenta e setenta reais, sem contar o frete. Até o momento, a principal loja que oferece o produto é uma empresa de bordados localizada no Rio de Janeiro. Como estes vendedores operam no Brasil, eles não estão sujeitos à “taxa das blusinhas”, que se aplica apenas a produtos importados comercializados por plataformas estrangeiras, como Shopee, Shein e AliExpress.
Na segunda-feira, 3, durante a primeira sessão da Câmara, deputados alinhados ao bolsonarismo apresentaram um novo modelo de boné, nas cores verde e amarelo, que possui a frase “Comida barata novamente. Bolsonaro 2026”. Esta ação incluiu a entrega de embalagens de carne e café, produtos que apresentaram aumentos significativos nos preços recentemente. No entanto, esse novo modelo de boné ainda não está disponível para a venda ao público.
A origem dessa “guerra dos bonés” remonta ao dia 1º, quando a Câmara dos Deputados e o Senado Federal elegeram seus presidentes, Hugo Motta (Republicanos) e Davi Alcolumbre (União Brasil), respectivamente. Ministros do governo Lula que estavam em seus mandatos no Legislativo e foram exonerados para participar da votação usaram bonés azuis com a frase “O Brasil é dos brasileiros”. Eles posaram para fotos, num gesto de afirmação ideológica.
Essa iniciativa foi concebida como uma resposta à estratégia de comunicação da campanha de Donald Trump para retornar à presidência dos Estados Unidos, que utilizava um boné vermelho com a inscrição “Make America Great Again” (Fazer a América Grande Novamente). Durante a campanha, parlamentares associados ao bolsonarismo também usaram o boné, mesmo que a “América” mencionada por Trump se refira exclusivamente aos Estados Unidos. O uso do acessório foi até adotado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como uma forma de celebrar a eleição de Trump. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que é deputado federal, afirmou que “O Brasil é dos brasileiros” e enfatizou que o povo brasileiro não permitirá que sua soberania e riquezas sejam entregues a dirigentes de outros países.