quarta-feira, fevereiro 5, 2025
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DÓLAR ATINGE O MENOR VALOR EM CINCO MESES

O dólar apresentou uma nova queda nesta terça-feira (4), marcando a 12ª sessão consecutiva de desvalorização em relação ao real. Semelhante aos dias anteriores, a moeda mostrou sinais de alta pela manhã, mas os dados divulgados pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos provocaram uma queda. A desvalorização do dólar impactou negativamente as exportadoras, fazendo com que o Ibovespa registrasse seu terceiro dia consecutivo de queda.

Apesar do impacto positivo das ações de bancos e da WEG, o índice fechou com uma diminuição de 0,65%, alcançando 125.147,42 pontos. As companhias Suzano, Klabin, BRF e JBS foram as mais afetadas pela desvalorização do dólar, que foi impulsionada por expectativas de um provável desaquecimento na economia americana. O número de vagas de emprego em aberto nos EUA caiu para 7,6 milhões, uma redução de 556 mil. Ao final do dia, o dólar à vista registrou uma queda de 0,76%, cotado a R$ 5,7719, o menor valor desde 19 de novembro do ano passado.

A desvalorização da moeda americana pode contribuir para o controle da inflação, embora resulte em uma diminuição dos rendimentos dos Treasuries e, simultaneamente, da própria moeda dos EUA em relação a outras. O enfraquecimento do dólar também está relacionado à percepção de que as tarifas introduzidas pelos EUA contra México, Canadá e China no fim de semana estão sendo utilizadas como parte de uma estratégia de negociação e podem não ser implementadas.

Na segunda-feira (3), os Estados Unidos informaram sobre a suspensão por 30 dias das tarifas sobre o México e o Canadá, a fim de permitir negociações entre os países. Por sua vez, nesta terça-feira, a China anunciou uma série de medidas de retaliação contra os EUA, com início previsto apenas para 10 de fevereiro, oferecendo uma janela para que o presidente americano, Donald Trump, possa negociar até essa data.

Embora a guerra comercial tenha proporcionado algum alívio para os países emergentes, permitindo que suas moedas se valorizassem, o cenário permanece incerto. Analistas informaram que a postura aparentemente mais flexível do presidente Trump em relação às tarifas levou à desvalorização do dólar no exterior, o que resultou em menos incentivo para os investidores brasileiros comprarem a moeda americana.

No Brasil, além de monitorar as políticas tarifárias dos EUA, os investidores também estavam à espera da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). O documento mencionou a desancoragem das expectativas de inflação e o superaquecimento da economia como riscos relevantes para a política monetária. Além disso, indicou que mudanças nas políticas econômicas interna e externa, especialmente na taxa de câmbio, podem impactar a inflação.

A análise sugere que a ata do Copom teve um tom mais restritivo em comparação à postura mais branda que predominou no mercado anteriormente. Segundo especialistas, a percepção em relação à inflação se tornou mais incerta, o que poderá influenciar o ciclo de aperto monetário previsto a partir de março.

Dentre os destaques do dia, a PETROBRAS PN teve uma queda de 0,99%, mesmo com a alta nos preços do petróleo no mercado internacional, onde o barril de Brent fechou em alta de 0,32%. A estatal havia notificado uma queda de 10,5% em sua produção total de petróleo e gás no quarto trimestre em comparação ao ano anterior.

As ações da SUZANO ON caíram 4,05%, e as da KLABIN UNIT perderam 3,68%, seguindo a tendência de queda do dólar. Em anúncio anterior, a Klabin informou o fechamento do Projeto Plateau com uma organização de Gestão de Investimentos em Madeira (TIMO), com um aporte inicial de R$ 800 milhões.

Os papéis da BRF ON recuaram 3,53%, enquanto a JBS ON desvalorizou 3,79%, ambos influenciados pela dinâmica da taxa de câmbio. De acordo com analistas do Bank of America, as empresas do setor devem apresentar resultados sólidos no quarto trimestre, embora estes possam ter atingido um pico no terceiro trimestre, especialmente no segmento de aves.

As ações da VALE ON também apresentaram diminuição de 0,35%, em um dia em que não houve referências dos futuros do minério de ferro na China devido a um feriado no país. Os negócios na bolsa de Dalian reabrem na quarta-feira, e os agentes de mercado continuam atentos à escalada do protecionismo comercial entre as duas maiores economias do mundo.

No setor bancário, o ITAÚ UNIBANCO PN subiu 0,36%, antecipando a divulgação de seus resultados do quarto trimestre, com analistas observando as perspectivas do maior banco do país para 2025. Por outro lado, o SANTANDER BRASIL UNIT, que também divulgará seus números na quarta-feira, teve uma queda de 1,28%. O BRADESCO PN perdeu 0,2%, enquanto o BANCO DO BRASIL ON valorizou-se 0,58%.

As ações da WEG ON avançaram 0,3%, recuperando-se após duas sessões consecutivas de perdas, acumulando uma queda de 4,4%. Investidores estão avaliando o impacto potencial das tarifas anunciadas pelos EUA sobre o México, sendo que a empresa possui operações no país. Especialistas consideram que a WEG está estrategicamente posicionada para lidar com tarifas mais altas.

Na contramão, as ações da BRASKEM PNA valorizaram-se em 3,89%, em busca de recuperação após cinco quedas consecutivas, período no qual a empresa perdeu quase 12%. A agência Fitch Ratings analisou que o aumento na provisão da petroquímica, relacionado ao afundamento de solo em Maceió, não deve afetar significativamente os indicadores da empresa, incluindo sua liquidez.

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