À medida que a Alemanha se aproxima das últimas semanas de sua campanha eleitoral, o candidato líder para o cargo de chanceler abordou a recente rigidez nas políticas de imigração do país. Durante uma entrevista em Berlim, após a convenção do Partido Democrata Cristão, Friedrich Merz enfatizou sua intenção de controlar as fronteiras da Alemanha e repatriar indivíduos que chegassem sem documentação, caso venha a ser eleito.
Merz, que possui um histórico como ex-banqueiro de investimentos, também tem focado suas campanhas na imigração, apresentando duas novas legislações que impõem restrições severas à entrada de imigrantes. Embora um dos projetos de lei tenha sido aprovado com uma pequena margem, o projeto de lei vinculativo não obteve sucesso. Antes da votação, Merz expressou a expectativa de que os parlamentares unissem forças para aprovar as medidas contra a imigração.
Recentemente, a Alemanha se deparou com uma série de incidentes violentos associados a imigrantes, o que trouxe a questão da imigração para o primeiro plano da campanha eleitoral. Entre os casos notáveis, um episódio em Aschaffenburg resultou na morte de duas pessoas, entre elas um menino de dois anos, onde o autor era um imigrante afegão. Em outro incidente, um imigrante de origem saudita causou a morte de seis pessoas em um mercado de Natal em Magdeburg.
Merz procurou desviar a responsabilidade pelo insucesso do projeto de lei, apontando o dedo para o Partido Social-Democrata no poder, que é liderado pelo atual chanceler Olaf Scholz. Ele mencionou que as propostas apresentadas eram, na verdade, um reflexo de acordos anteriores feitos entre os partidos.
Na política alemã, existe um entendimento tácito entre os principais partidos para não buscar apoio da ultradireita, ação frequentemente referida como “firewall”. Colaborar com a Alternativa para a Alemanha (AfD) é um tema controverso. Recentemente, Merz indicou que não se oporia a eventuais votos da AfD em propostas relativas à imigração, destacando que o apoio da extrema direita havia contribuído para a aprovação de um dos projetos de lei apresentados.
Merz também comentou sobre as políticas comerciais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmando que qualquer tarifa imposta à União Europeia seria abordada em nível europeu. Ele destacou que, durante o primeiro mandato de Trump, a UE conseguiu mediar um acordo que resultou na suspensão de tarifas em um curto espaço de tempo.
Além de suas declarações sobre imigração, Merz reafirmou seu apoio à Ucrânia, ressaltando a importância do apoio contínuo durante o conflito. Ele elogiou a necessidade de a Alemanha cumprir suas obrigações de defesa da Otan e demonstrou interesse em ouvir diretamente dos Estados Unidos sobre os planos futuros para a situação na Ucrânia.
