quinta-feira, fevereiro 6, 2025
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RISCO DE PERDA DE GÁS: DESAFIOS DA ENEVA NO CURTO PRAZO

Os riscos de curto prazo enfrentados pela Eneva estão prejudicando as perspectivas favoráveis da empresa a longo prazo, conforme análise do Banco Safra, que revisou as expectativas para a companhia. Diante de riscos operacionais no curto prazo e de uma avaliação considerada elevada, os analistas decidiram rebaixar a recomendação das ações de compra para neutra. O preço-alvo foi ajustado de R$ 15,80 para R$ 13,90, correspondendo a uma valorização de aproximadamente 18% em relação ao preço atual.

Os analistas apontam que o principal risco para a Eneva neste momento está relacionado ao leilão de reserva de capacidade, agendado para junho. As regras iniciais do leilão colocaram a companhia em desvantagem, pois impediram a participação de dois de seus ativos. Após a reação negativa do mercado, que resultou em uma queda superior a 10% nas ações da Eneva em um único dia, o governo reviu o edital, ampliando a lista de usinas térmicas autorizadas a participar do processo, permitindo assim a inclusão da empresa.

Apesar da revisão das regras, os analistas do Banco Safra permanecem céticos em relação ao leilão e ao papel da Eneva no mesmo. Eles destacam a falta de clareza quanto aos parâmetros que garantiriam uma competição justa entre as diversas fontes de energia, além da variedade de estimativas de demanda envolvidas. Essas questões geram incertezas sobre o resultado do leilão, especialmente em um contexto onde a Eneva precisa renovar contratos do complexo de Parnaíba e das novas térmicas adquiridas de Viana, Linhares e Povoação, anteriormente pertencentes ao BTG Pactual e adquiridas em um follow-on realizado em julho do ano passado.

A incapacidade de renovar esses acordos ou a possibilidade de condições menos favoráveis do que o esperado podem representar um risco significativo, resultando em uma redução nas estimativas futuras de Ebitda, com uma projeção de queda de até 14% em relação ao cenário base estabelecido. A falta de renovação dos contratos pode impactar severamente o preço-alvo das ações, com um potencial de diminuição de R$ 3,20 por ação.

Os ativos adquiridos se configuram como um ponto crítico na avaliação do investimento na Eneva. Além da necessidade de renovar os contratos de fornecimento, é fundamental que esses ativos sejam integrados à companhia para que se possam obter sinergias por meio de ajustes de custos. Os riscos envolvidos surgem em um momento em que a avaliação das ações da Eneva é considerada elevada. As análises ressaltam que as ações estão sendo negociadas com uma taxa interna de retorno (TIR) de 12,6%, um patamar comparable a empresas que apresentam um perfil de risco considerablemente inferior, como a Copel.

No final da manhã, as ações da Eneva apresentavam uma queda de 0,93%, cotadas a R$ 11,70. Ao longo do ano, os papéis acumularam uma alta de 22,5%, elevando o valor de mercado da empresa para R$ 22,6 bilhões.

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