O governo atual enfrenta desafios significativos para promover e aprovar sua lista de 25 prioridades econômicas para o Brasil, conforme observado por Murillo de Aragão, cientista político e CEO da Arko Advice. Segundo Aragão, a extensão dessa lista é demasiado ampla, e a administração não possui a base política necessária para implementar um conjunto tão complexo de iniciativas em um período curto de tempo.
Em uma atualização recente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou a agenda econômica do governo aos novos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Hugo Motta e Davi Alcolumbre, respectivamente. Entre as prioridades elencadas, destaca-se a necessidade de definição clara de um conjunto reduzido de iniciativas que realmente sejam prioritárias.
De acordo com Aragão, a apresentação de 25 propostas caracteriza-se mais como uma indicação de intenções do que de prioridades reais. Para que o governo avance efetivamente em seu programa, será imprescindível promover um diálogo aberto com o Legislativo. Ele ressalta que a administração precisará identificar quais elementos são realmente prioritários, criar uma hierarquia entre eles e trabalhar em conjunto com um Congresso que se encontra em um estado de fragmentação significativa. A visita de Haddad aos líderes legislativos representa um primeiro passo rumo a esse processo de negociação, que exigirá um extenso período de deliberações e entendimentos.
Além disso, persiste uma série de questões não resolvidas entre o governo e o Congresso, como a questão das emendas parlamentares que estão bloqueadas e a necessidade de votação do orçamento previsto para 2025. Essas pendências podem impactar ainda mais o andamento das iniciativas propostas.
