O mês de janeiro de 2025 registrou as temperaturas mais altas já documentadas, conforme anunciado pelo Copernicus Climate Change Service (C3S), órgão da União Europeia, em 6 de fevereiro. Este aumento nas temperaturas contraria a expectativa de que o fenômeno La Niña, que é caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais em áreas do Oceano Pacífico Equatorial, ajudaria a reduzir o calor global.
De acordo com informações do C3S, o mês de janeiro de 2025 foi notável, dando continuidade às temperaturas recordes observadas nos dois anos anteriores, apesar do desenvolvimento das condições de La Niña e seu efeito temporário de resfriamento sobre as temperaturas globais. O monitoramento contínuo das temperaturas oceânicas e suas influências climáticas ao longo de 2025 é uma prioridade para a instituição.
Os dados indicam que janeiro de 2025 superou as temperaturas do período pré-industrial, entre 1850 e 1900, em 1,75°C, período que antecedeu a queima extensiva de combustíveis fósseis e a consequente liberação de CO2 na atmosfera. Esse mês representa o 18º consecutivo a superar o limite de 1,5°C de aquecimento global, conforme estipulado pelo Acordo de Paris.
Além do aumento das temperaturas, o mês apresentou um padrão de precipitação irregular, com chuvas acima da média em várias regiões da Europa Ocidental, que incluíram partes da Itália, Escandinávia e países bálticos, resultando em inundações em algumas áreas. Em contrapartida, regiões como o norte do Reino Unido, Irlanda, leste da Espanha e o norte do Mar Negro enfrentaram condições de seca.
A temperatura média da superfície do mar durante janeiro foi de 20,78°C, registrando o segundo maior valor para o mês, ficando apenas 0,19°C abaixo do recorde de 2024. Ao mesmo tempo, a extensão do gelo marinho no Ártico atingiu o menor nível já registrado para um mês de janeiro, enquanto a extensão do gelo antártico ficou 5% abaixo da média histórica, embora tenha se mantido próxima às condições dos anos anteriores.
As temperaturas na Europa e em outras regiões, como Canadá, Alasca, Sibéria e áreas do sul da América do Sul, África, Austrália e Antártida, foram mais elevadas do que a média. Em contraste, houve registros de temperaturas significativamente abaixo da média nos Estados Unidos, nas partes mais orientais da Rússia, bem como na Península Arábica e em partes do sudeste da Ásia continental.