quinta-feira, fevereiro 6, 2025
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DENGUE EM SÃO PAULO: UMA MORTE DIÁRIA E ESTADO SE PREPARA PARA EPIDEMIA EM 2025

Até o momento, o Estado de São Paulo registrou em torno de uma morte por dia devido à dengue no início de 2025. De acordo com o Painel de Arboviroses da Secretaria Estadual de Saúde, foram contabilizados 36 óbitos em 37 dias, com as seguintes distribuições: 14 na região de São José do Rio Preto, 3 na região de Araçatuba, 3 em Ribeirão Preto, 3 em Presidente Prudente, 3 em Bauru, 3 em Campinas, 2 em Araraquara, além de um caso em cada um dos seguintes municípios: São João da Boa Vista, Marília, Piracicaba, Sorocaba e Taubaté. O Ministério da Saúde apresenta um número maior, informando 41 mortes no mesmo período.

Entre os 645 municípios do estado, 53 já declararam situação de emergência em relação à dengue, enquanto 13 dos 17 Departamentos Regionais de Saúde estão em estágio epidêmico. A Diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde ressaltou que o cenário epidemiológico em São Paulo pode evoluir para uma epidemia. O governo do estado opera sob um Plano de Contingência que classifica a situação em três estágios: mobilização, alerta e epidemia, com a expectativa de que o estado passe em breve para o estágio de epidemia.

A discrepância nos números entre o Ministério da Saúde e a Secretaria Estadual de Saúde se deve a diferentes métodos de contabilização. O governo do estado aguarda a confirmação oficial de óbitos pelo Instituto Adolfo Lutz antes de registrá-los. O Ministério da Saúde, de forma mais ampla, indica que São Paulo corresponde a quase 79% das mortes por dengue no Brasil, totalizando 52 em âmbito nacional, com 256 óbitos ainda em investigação, incluindo 179 somente em São Paulo. Em termos de casos, o Brasil relatou cerca de 219 mil, dos quais 128 mil (equivalente a 58%) foram identificados no Estado de São Paulo.

A Diretora Tatiana Lang enfatizou que a situação atual é incomum e diferenciada em relação aos anos anteriores, destacando que, atualmente, há circulação dos sorotipos 2 e 3 do vírus. Muitas pessoas não tiveram contato anterior com o sorotipo 3, que não circulou de forma significativa nos últimos dez anos. Quando uma pessoa já infectada pelos sorotipos 1 ou 2 contrai o sorotipo 3, pode apresentar agravamento dos sintomas, mas isso não implica que o sorotipo 3 seja necessariamente mais grave.

O secretário-adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério de Saúde alertou que, em comparação com o início de 2024, os casos de dengue em São Paulo aumentaram consideravelmente, saltando de quase 50 mil para cerca de 100 mil nas quatro primeiras semanas de 2025. Embora os números possam parecer controlados, a análise detalhada revela um aumento preocupante.

Em resposta à situação, a Secretaria Estadual de Saúde anunciou a criação do Centro de Operações de Emergências (COE), com a destinação de R$ 228 milhões para combater criadouros do mosquito Aedes aegypti e implementar medidas de controle da dengue. O Plano de Contingência das Arboviroses Urbanas 2025/2026 foi lançado com as principais estratégias e recomendações para o enfrentamento da dengue, chikungunya e zika. A pasta permanece em monitoramento constante do cenário epidemiológico.

Na ocasião do anúncio da criação do COE, o secretário de Saúde expressou a expectativa de um “ano difícil” e destacou a preocupação com a circulação do sorotipo 3 do vírus da dengue. Nesse contexto, as ações prioritárias se concentram na eliminação dos criadouros do mosquito transmissor e na vacinação do grupo de risco, especificamente crianças de 10 a 14 anos. Apesar de a vacina estar disponível em 392 municípios, a adesão tem sido baixa, com apenas 28% do público-alvo tendo recebido a primeira dose e 13% a segunda. Embora os efeitos da vacinação não sejam imediatos, é considerado um passo importante para o controle da doença a longo prazo, especialmente a partir de 2026. Além disso, o Instituto Butantan aguarda a aprovação de uma vacina contra a dengue pela Anvisa, com expectativas otimistas sobre sua liberação.

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