quinta-feira, fevereiro 6, 2025
HomeInternacionalISRAEL ELABORA ESTRATÉGIA PARA A "RELOCALIZAÇÃO VOLUNTÁRIA" DE HABITANTES DA GAZA

ISRAEL ELABORA ESTRATÉGIA PARA A “RELOCALIZAÇÃO VOLUNTÁRIA” DE HABITANTES DA GAZA

O ministro da Defesa de Israel instruiu o Exército do país a elaborar um plano que permita a “saída voluntária” de moradores da Faixa de Gaza nesta quinta-feira (6). Essa ação ocorre em resposta a uma proposta recente do presidente dos Estados Unidos, que sugere a possibilidade de reassentar os mais de 2 milhões de palestinos que habitam Gaza e transformar a área em uma região similar à “Riviera do Oriente Médio”.

O ministro Israel Katz apoiou a declaração do presidente dos EUA, afirmando que os habitantes de Gaza devem ter a liberdade de se deslocar e emigrar, uma prática comum em muitas partes do mundo. Ele mencionou, por meio de um comunicado, que a proposta do governo dos Estados Unidos é um passo importante na busca por soluções para a região.

Katz também destacou que o plano para a saída incluiria alternativas para o deslocamento por diferentes rotas, como passagens terrestres, além de opções específicas para saída por meio aéreo e marítimo. Em contraposição, Basem Naim, porta-voz do Hamas, acusou Katz de desviar a atenção de um Estado que não conseguiu alcançar seus objetivos no conflito com Gaza, sublinhando que os palestinos possuem forte vínculo com sua terra e não desejam partir.

O ministro das Relações Exteriores de Israel também se manifestou, afirmando que países que criticaram as operações militares israelenses deveriam acolher os palestinos. Ele mencionou especificamente nações como Espanha, Irlanda e Noruega, que, segundo ele, seriam legalmente obrigadas a permitir que qualquer residente de Gaza ingressem em seus territórios. Katz acrescentou que nações como o Canadá já mostraram disposição para aceitar imigrantes de Gaza.

Essas declarações geraram reações, incluindo críticas do chanceler espanhol, que afirmou que a terra dos habitantes de Gaza deve ser parte integrante de um futuro Estado palestino. Em sua argumentação, o ministro de Relações Exteriores de Israel acusou o Hamas de prender os palestinos em Gaza, obstando sua saída e explorando-os por meio de ajuda humanitária, mas não forneceu detalhes sobre tais alegações.

A questão da realocação dos palestinos é fervorosamente debatida e é considerada extremamente sensível na região. O deslocamento forçado de populações sob ocupação militar é classificado como crime de guerra, conforme estabelecido nas Convenções de Genebra de 1949. Nos últimos anos, os ataques israelenses resultaram na morte de dezenas de milhares de palestinos e forçaram muitos a mudarem de lugar várias vezes dentro de Gaza em busca de segurança.

Contudo, muitos palestinos temem um novo êxodo, lembrando do período da “Nakba”, ou catástrofe, quando foram deslocados durante a guerra que levou à criação do Estado de Israel em 1948. Essa situação deixou marcas profundas, uma vez que muitos refugiaram-se em Gaza, Cisjordânia e países árabes vizinhos, como Jordânia, Síria e Líbano, onde seus descendentes ainda habitam campos de refugiados. A narrativa de Israel, por sua vez, nega que esses indivíduos tenham sido forçados a deixar suas terras.

NOTÍCIAS RELACIONADAS
- Publicidade -

NOTÍCIAS MAIS LIDAS

error: Conteúdo protegido !!