quinta-feira, fevereiro 6, 2025
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FAMÍLIAS BRASILEIRAS REGISTRAM REDUÇÃO NO ENDIVIDAMENTO EM JANEIRO

Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), os consumidores estão manifestando maior cautela ao assumir dívidas, especialmente em um contexto de juros elevados e uma crescente seletividade no crédito.

Dados recentes indicam uma leve diminuição no endividamento das famílias brasileiras em janeiro. A porcentagem de lares com contas a serem pagas recuou de 76,7% em dezembro para 76,1% em janeiro, resultando em uma queda de 2 pontos percentuais em relação ao mesmo mês do ano anterior. Além disso, a pesquisa revelou um aumento na percepção de endividamento, com 15,9% da população se considerando “muito endividada”, comparado a 15,4% no final do ano passado.

O estudo da CNC também destaca que, em janeiro, 20,8% dos brasileiros destinaram mais da metade de sua renda para pagar dívidas, o maior percentual registrado desde maio de 2024. Em média, as famílias estão utilizando 30% de seus ganhos para quitar obrigações financeiras. Esses dados refletem um cenário de preocupação em relação ao comprometimento da renda.

A cautela na contração de dívidas é atribuída às altas taxas de juros e à seletividade do crédito, que impactaram negativamente a percepção de endividamento. A CNC apontou que a leve melhora na inadimplência sugere um esforço das famílias para equilibrar suas finanças, embora o crescente comprometimento da renda represente um alerta para a economia em 2025.

Considera-se como dívidas as contas a vencer em modalidades como cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado, além de prestações de veículos e imóveis. Apesar da queda no endividamento, as dívidas estão consumindo uma porção maior da renda familiar, especialmente devido aos juros altos e prazos mais curtos de pagamento, o que pode resultar em níveis elevados de inadimplência nos próximos meses.

A parcela de consumidores com contas em atraso diminuiu de 29,3% em dezembro para 29,1% em janeiro, o que representa o segundo mês consecutivo de queda. Em comparação a janeiro de 2024, quando a proporção de famílias inadimplentes era de 28,3%, há uma leve redução atualmente. Além disso, a porcentagem de consumidores que afirmaram não conseguir pagar suas dívidas venceu caiu de 13,0% em dezembro para 12,7% em janeiro.

No que diz respeito ao endividamento por faixa de renda, as famílias de rendimento mais baixo apresentaram uma leve diminuição no endividamento, com 79,5% de lares com renda de até três salários mínimos endividados em janeiro, em comparação a 80,5% em dezembro. Já na classe média baixa, a proporção de endividados aumentou levemente, de 78,2% para 78,5%. Para rendas de cinco a dez salários mínimos, o índice cresceu de 72,4% para 72,5%, enquanto no grupo com renda superior a dez salários mínimos, a taxa caiu de 66,1% para 65,3%.

Quanto à inadimplência, nas famílias com renda de até três salários mínimos, a proporção de dívidas em atraso se manteve em 37,8%. Na classe média baixa, este número caiu de 28,1% para 27,5%. Para a faixa de cinco a dez salários mínimos, subiu de 21,7% para 22,0%, enquanto no grupo de renda acima de dez salários mínimos, ficou estabilizada em 14,9%.

Apesar da recente melhora nas estatísticas, a CNC projeta que o endividamento e a inadimplência nas famílias devem aumentar ao longo de 2025, com os índices subindo a partir de março e encerrando o ano com 77,5% das famílias endividadas e 29,8% inadimplentes. A necessidade crescente de crédito para consumo, aliada à persistência de altas taxas de juros, deve complicar ainda mais a gestão financeira dos consumidores brasileiros.

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