A Grã-Bretanha exigiu que a Apple desenvolva uma nova funcionalidade que permita ao governo acessar amplamente os dados criptografados dos usuários, conforme relatado por uma fonte de notícias. Solicitações de dados de usuários por parte de governos para investigações criminais são práticas comuns, porém a demanda do Reino Unido, feita em janeiro, é considerada sem precedentes em democracias proeminentes.
As notificações são emitidas de acordo com a Lei de Poderes Investigativos de 2016, que consolida ordens existentes para a interceptação e obtenção de comunicações.
O Ministério do Interior britânico não comentou sobre a exigência, e a Apple não respondeu ao pedido de esclarecimentos devido ao horário fora do expediente. Autoridades de segurança sustentam que dispositivos de criptografia dificultam a captura de criminosos, enquanto as empresas de tecnologia defendem há muito tempo o direito à privacidade de seus usuários.
As políticas da Apple, que estipulam que somente os usuários têm a responsabilidade de desbloquear seus dados armazenados na nuvem, estão sob avaliação. No ano passado, durante discussões sobre a legislação de 2016, a Apple afirmou em uma audiência parlamentar que não criaria uma “porta dos fundos” em seus produtos, o que poderia levar à remoção de sua política de proteção de dados no Reino Unido.
A mais recente Lei de Segurança Online do Reino Unido, de 2023, que demanda que as empresas implementem medidas contra a distribuição de conteúdos de abuso sexual infantil em suas plataformas, também gerou controvérsias entre as companhias de tecnologia. A Meta, por exemplo, expressou que a legislação poderia ameaçar a criptografia de ponta a ponta em seus serviços de mensagens.
Em 2016, a Apple obteve sucesso em contestar uma ordem dos Estados Unidos que a obrigava a desbloquear um iPhone criptografado pertencente a um atirador responsável por um ataque em San Bernardino, Califórnia.
