A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffman, manifestou críticas à proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Semipresidencialismo, que foi protocolada na Câmara dos Deputados. A proposta, segundo Hoffman, sugere que com um semipresidente, efetivamente não se teria um presidente, implicando numa preocupação prevalente com a soberania popular ou na intenção de governar sem a necessidade de conquistar o voto popular.
Elaborada pelo deputado Luiz Carlos Hauly, a proposta prevê que, a partir das eleições de 2030, o Brasil seria submetido a uma nova estrutura de governo, na qual o chefe do Executivo dividiria suas atribuições com um primeiro-ministro, este último sendo escolhido por meio de diálogos com o Congresso Nacional. Para Gleisi, tal iniciativa tem como objetivo remover da população o direito de eleger um presidente que possua a autoridade efetiva para governar. Historicamente, o modelo parlamentarista já foi refutado pela população brasileira em dois plebiscitos, ocorridos em 1963 e 1993.
A proposta de semipresidencialismo já conta com o suporte de 181 parlamentares e foi mencionada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta. Em declarações durante uma coletiva de imprensa na Paraíba, Motta manifestou que há interesse por parte da Câmara em discutir o tema, embora não haja apresso para que essa discussão aconteça de forma imediata. De acordo com ele, a discussão sobre o sistema político do Brasil pode ser benéfica, visando maior eficiência e ampliando a participação popular para assegurar um governo mais eficaz.
Os defensores da proposta argumentam que a nova estrutura fortalece o Parlamento. Após ser protocolada, a proposta deverá ser aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados, antes de ser submetida a uma comissão especial. O texto, então, seguirá para o plenário, onde requererá a aprovação de pelo menos 308 dos 513 deputados. Em caso de aprovação, será encaminhada ao Senado, onde precisará do apoio de 49 dos 81 senadores para ser adotada.