Com a taxa Selic em níveis elevados e um panorama econômico incerto, especialistas sugerem que a renda fixa pode se constituir em uma opção mais segura e rentável para investidores em 2025.
Embora o ano de 2025 já tenha avançado, persiste a incertidão sobre o comportamento da Selic até o final de dezembro. Apesar de uma recente diminuição no câmbio do dólar, a economia brasileira continua sujeita a choques externos, como a guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos e as ações do governo federal para equilibrar suas contas. Para os investidores, manter o foco em ativos que proporcionem tanto rendimentos quanto valorização é crucial para alcançar retornos positivos. Nesse contexto, foram destacados aspectos fundamentais para a escolha entre renda fixa e renda variável de modo a maximizar as oportunidades de sucesso ao longo do ano.
Na primeira reunião do Banco Central sob a liderança de Gabriel Galípolo, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu aumentar a taxa Selic em 1 ponto percentual, elevando-a para 13,25% ao ano. Além disso, foi confirmada uma nova alta para a reunião programada para março, estabelecendo assim um cenário econômico onde espera-se que a taxa Selic possa alcançar 15% ao longo do ano. Assim, as perspectivas para investimentos em renda fixa em 2025 indicam um potencial positivo, visto que os juros superaram a inflação. De acordo com uma pesquisa realizada, a taxa dos Certificados de Depósito Interfinanceiro (CDI) atingiu um rendimento de 10,78% em 2024, contribuindo para juros reais próximos a 6%, considerando que a inflação, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 4,83%.
Os altos juros são uma estratégia do Banco Central para controlar a inflação, que tem se mostrado acima da meta estipulada. Além disso, a situação das contas públicas é um tema central nas discussões econômicas atuais, com preocupações sobre a possibilidade de um descontrole nos gastos públicos, o que poderia resultar em pressões inflacionárias adicionais. No cenário internacional, as incertezas aumentam com a implementação de novas tarifas de importação por parte dos Estados Unidos, sem um padrão previsível, o que gera apreensão entre os investidores. Esse ambiente volátil, aliado aos juros elevados, favorece a renda fixa, que proporciona retornos mais atrativos e seguros. Investimentos em ativos pós-fixados e indexados à inflação são considerados mais favoráveis, devido à sua estabilidade e promessas de rendimento.
Em contrapartida, a renda variável enfrenta dificuldades neste contexto. Os altos juros também encarecem o custo do capital para as empresas, reduzindo suas margens de lucro e levando a uma reação negativa do mercado, resultando na queda dos preços das ações. A junção de juros altos e incertezas econômicas torna o setor de renda variável menos promissor. Além disso, ainda não existem sinalizações claras que possam desencadear um rendimento positivo para a renda variável.
Partindo do exemplo da sócia de uma gestora de investimentos, as condições voláteis no cenário interno e externo aliadas à alta taxa de juros favorecem ainda mais os investimentos em renda fixa. As principais vantagens desse tipo de investimento incluem segurança—especialmente com títulos públicos, como o Tesouro Selic—que são considerados de baixo risco, maior previsibilidade de ganhos, e uma rentabilidade atrativa. Títulos pós-fixados atrelados à taxa Selic oferecem retornos que superam a inflação, e a renda fixa disponibiliza diversos produtos, permitindo ao investidor diversificar sua carteira.
Entretanto, deve-se notar que até mesmo investimentos em renda fixa podem apresentar volatilidade. Garantias de rentabilidade são asseguradas se o investidor mantiver seu ativo até o vencimento. Apesar das oscilações diárias de preço, não há perda financeira se o título for mantido até seu vencimento.
No campo da renda variável, apesar dos desafios, destaca-se o potencial de rentabilidade elevada em um horizonte de longo prazo. Investidores podem alcançar retornos mais altos, principalmente em setores com potencial de crescimento. Para aqueles dispostos a assumir riscos, a renda variável oferece oportunidades. Análises realizadas indicam que o sucesso nesse segmento dependerá da identificação de fatores que possam impulsionar o mercado acionário e da orientação para uma visão de longo prazo.
Ademais, o investimento em ações proporciona participação nos lucros das empresas na forma de dividendos, que podem ser uma parte importante de uma estratégia de renda passiva. Se houver maior clareza no cenário fiscal brasileiro, poderá ocorrer uma recuperação mais sustentável das bolsas. Contudo, incertezas internacionais continuam a impactar esse potencial de recuperação.
Encontrar um equilíbrio entre rentabilidade e segurança continua a ser um dos principais desafios do mercado financeiro. A diversificação da carteira é essencial para mitigar riscos, e é importante que os investidores considerem seu perfil e objetivos financeiros ao tomar decisões estratégicas de investimento a longo prazo.