Dirigente do PT há oito anos, Gleisi Hoffmann está em evidência nas discussões sobre uma possível reformulação ministerial na administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sua possível nomeação para um cargo no governo é considerada praticamente garantida, tendo ocorrido conversas a respeito entre Gleisi e o presidente em janeiro. A confirmação de sua entrada no governo deixaria uma vacância na liderança do partido.
O calendário das eleições internas do PT, que já foi aprovado no ano anterior, estabelece que o novo presidente nacional da sigla será escolhido em julho. Caso Gleisi assuma um cargo no governo, um dos vice-presidentes do partido deverá ocupar uma função temporária e gerenciar o processo eleitoral. Duas opções comumente citadas para essa posição são o senador Humberto Costa e o deputado federal José Guimarães.
Embora Lula tenha um candidato de preferência, o ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva, existe uma resistência entre uma facção mais à esquerda do partido em relação ao seu perfil moderado. Essa preocupação pode levar ao surgimento de outros candidatos na disputa. José Guimarães é um dos nomes mencionados, assim como o deputado federal Rui Costa, que também começa a ser considerado como uma opção.
A escolha de um sucessor para Gleisi não é uma tarefa simples. Sua gestão como a dirigente mais duradoura do PT, por um período de oito anos contínuos, trouxe estabilidade para a sigla. Agora, muitos membros do partido acreditam que é chegado o momento de proporcionar uma nova imagem à liderança. Se Edinho Silva for eleito presidente, é esperado que o partido adote uma postura mais moderada e conciliadora. Sua proximidade com figuras como Fernando Haddad passa a ser relevante, especialmente considerando que Haddad é frequentemente criticado dentro do partido devido à sua abordagem econômica favorável ao mercado. A definição da direção política do PT, que celebra 45 anos de existência neste mês, será crucial para os próximos passos da legenda.