O telescópio espacial Euclides, operado pela Agência Espacial Europeia (ESA), foi lançado em julho de 2023 e deu início a uma missão de seis anos focada na exploração de aspectos menos conhecidos do universo. Durante seus primeiros testes, a sonda enviou imagens de baixa qualidade para a Terra. Um fenômeno significativo foi identificado por um dos cientistas envolvidos no projeto, que instigou investigações adicionais.
O que foi descoberto é conhecido como Anel de Einstein, um fenômeno excepcionalmente raro que estava visível em uma galáxia próxima, identificada como NGC 6505, situada a aproximadamente 590 milhões de anos-luz da Terra. Esse anel de luz é o resultado da distorção da luz oriunda de uma galáxia mais remota, a 4,42 bilhões de anos-luz de distância, influenciada pela força gravitacional ao longo de sua jornada até o nosso planeta. Esta galáxia distante, por sua vez, nunca havia sido detectada anteriormente.
Os dados enviados pelo telescópio foram cuidadosamente analisados, e mesmo nas primeiras observações já foi possível identificar elementos interessantes. Com a realização de observações adicionais, foi confirmado a presença do Anel de Einstein. Para os cientistas que estudam a área, essa descoberta é notável, especialmente pelo seu alinhamento e proximidade em relação à Terra.
Esse fenômeno é um exemplo de lente gravitacional forte, onde a gravidade de grandes estruturas, como galáxias e aglomerados, age como uma lente, permitindo a visualização de galáxias que estariam fora de alcance. O caráter raro e a utilidade científica desse tipo de lente são destacados como uma conquista notável, especialmente por estar localizada próximo a nós.
A análise de anéis gravitacionais se mostra uma ferramenta valiosa para a comunidade científica. Essa prática possibilita o estudo da expansão do universo e a detecção de elementos como matéria escura e energia escura, além de investigar fontes muito distantes. O achado de um anel em uma galáxia já conhecida desde o século XIX ressalta a eficácia do telescópio Euclides. Tal descoberta é considerada promissora, indicando as habilidades inovadoras da missão.
O telescópio Euclides tem como meta mapear mais de um terço do céu, observando bilhões de galáxias a até 10 bilhões de anos-luz de distância. A expectativa é de que ele identifique cerca de 100.000 lentes gravitacionais fortes, e a descoberta de um espécime tão impressionante e próximo é vista como um marco. A missão premia os pesquisadores com dados inéditos que prometem transformar o campo da astrofísica, e apesar da prioridade ser a detecção de lentes gravitacionais fracas, este achado realça o potencial do telescópio em desvendar novos enigmas do universo.